Gestão de cobranças

Como funciona a cobrança de condomínio para zerar inadimplência

Publicado em . Atualizado em
Por Jeferson Leandro Kortbein . Tempo de leitura: 8 mins
Três pessoas conversam em uma varanda de um prédio moderno, discutindo sobre a cobrança de condomínio.

Um estudo do Superlógica revelou que a inadimplência da taxa de condomínio no Brasil atingiu 13,84%, o maior índice do ano de 2024.

Para João Baroni, diretor de negócios de crédito da empresa, a alta da inflação e dos juros têm reduzido o poder de compra da população, impactando diretamente o pagamento das obrigações condominiais.

Nesse cenário, é imprescindível conhecer ferramentas de cobrança de condomínio eficazes e os direitos garantidos por lei mediante inadimplência. Continue a leitura para entender!

Qual a nova Lei do Condomínio e o impacto nas cobranças? 

A Lei 4.591/64 é conhecida como a Lei do Condomínio e traz aspectos importantes da administração condominial. Contudo, com o tempo, houve mudanças significativas para aprimorar a gestão desses espaços.

Por exemplo, a Lei n.º 14.309/2022, promulgada em 8 de março de 2022, introduziu a possibilidade de realização de assembleias virtuais. Além disso, caso não seja atingido o quórum necessário, a assembleia pode ser convertida em sessão permanente.

Outra mudança ocorreu em 1º de julho de 2024, que entrou em vigor a Lei n.º 14.905. Nela, foram alterados critérios para atualização monetária e aplicação de juros em relações civis e contratuais. 

Isso impactou diretamente a gestão financeira dos condomínios. Agora, na ausência de índice específico previsto em contrato, aplica-se o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para correção monetária. 

Quais taxas o condomínio pode cobrar?

A cobrança de condomínio é uma taxa mensal paga pelos moradores de um edifício ou condomínio residencial/comercial para cobrir despesas comuns.

Portanto, ela existe para garantir o bom funcionamento e conservação das áreas em comum do condomínio. A taxa também proporciona os recursos necessários para organização e segurança dos moradores. 

Sem essa contribuição, a estrutura do condomínio poderia se deteriorar, comprometendo a qualidade de vida e até mesmo o valor dos imóveis.

O que é incluso na taxa de condomínio?

O valor da taxa é calculado com base no orçamento anual do condomínio, sendo necessário projetar despesas fixas e extras para os próximos 12 meses. O orçamento deve ser planejado pelo síndico em conjunto com o administrativo. 

Para realizar o cálculo dessa taxa, é necessário avaliar e fazer a média dos gastos existentes do condomínio. Esses podem ser fixos ou variáveis. 

Veja abaixo alguns dos principais gastos considerados:

  • Salário de funcionários e encargos trabalhistas;
  • Água e energia das áreas comuns (em alguns casos, a água dos imóveis também está inclusa no valor do condomínio);
  • Segurança e monitoramento;
  • Limpeza e manutenção;
  • Seguros obrigatórios, conforme exigência legal;
  • Despesas administrativas;
  • Fundo de reserva.  
Lista com itens que estão inclusos na taxa do condomínio.

Como é cobrada a taxa de condomínio?

Existem duas formas de realizar a cobrança da mensalidade do condomínio. Cada administradora ou síndico define o modelo baseado nas características do condomínio e nas necessidades dos moradores.

Vale ressaltar que, essa escolha tem influência direta na forma como os custos são repassados aos condôminos

Nas duas opções, é possível utilizar a taxa fixa, que deve ser acordada em assembleia. Ou seja, um valor pré-definido que não varia conforme os gastos do mês. Já na taxa variável, pode haver mudanças mensais na cobrança.

Confira abaixo como pode ser cobrada a taxa de condomínio:

Taxa condominial de rateio por fração ideal

Nesse modelo de cobrança de condomínio, o valor é calculado com base na fração ideal de cada unidade. Portanto, moradores que possuem unidades maiores pagam mais do que os que possuem imóveis menores.

Normalmente, a justificativa para essa escolha é porque os proprietários de unidades menores argumentam que essa forma de cobrança é mais justa. 

Eles compreendem que a conservação e os investimentos nas áreas comuns tendem a valorizar ainda mais as unidades maiores. Contudo, esse é um ponto de debate comum em condomínios.

Taxa condominial de rateio por unidade

Na taxa de rateio por unidade, os custos do condomínio são somados mensalmente e divididos igualmente entre os moradores. Esse valor independe do tamanho das unidades. 

Esse modelo é amplamente utilizado, pois gera uma cobrança mais equilibrada para quem utiliza as áreas comuns.

Como a cobrança de condomínio em atraso deve ser feita?

A inadimplência financeira é um desafio constante nas cobranças de condomínio. Por isso, é importante saber lidar com o problema de forma estratégica e buscar soluções eficazes.

Nesse cenário, deve existir um processo estruturado para garantir o equilíbrio financeiro do condomínio sem comprometer o relacionamento saudável com os moradores.

Existem diferentes formas de lidar com a inadimplência, desde abordagens mais amigáveis até medidas legais mais rigorosas. 

Confira abaixo as principais formas de cobrança de condomínio:

1. Cobrança amigável dos moradores ou proprietários

Antes de ações mais rigorosas, o melhor caminho é sempre realizar uma cobrança amigável. Nessa etapa, uma abordagem conciliatória pode ser eficaz, eliminando a necessidade de medidas drásticas.

Envie lembretes de pagamento e notificações de cobrança reforçando o débito em aberto. É crucial realizar o envio por diversos canais, como e-mail, SMS, telefone e carta. Lembre de informar o valor devido e as opções disponíveis para o pagamento.

Alguns sistemas de cobrança, como o Asaas, oferecem a ferramenta de régua de cobrança. Assim, é possível programar lembretes e notificações automáticas para os condôminos antes do vencimento da taxa, de forma preventiva, e após, de forma reativa. 

A imagem mostra todo o fluxo da régua de cobrança, desde a preventiva até a reativa

2. Protesto em cartório dos boletos em atraso

Existem situações em que a cobrança amigável não surtirá efeito. Portanto, é necessário seguir para outro passo: o protesto em cartório.

Nesse processo de cobrança, é possível formalizar a inadimplência sem a necessidade de lidar com burocracias judiciais

Em alguns estados, o protesto da dívida condominial é permitido e o boleto pode ser protestado

Caso o pagamento continue em aberto, o cliente pode ser negativado nos órgãos de proteção ao crédito, como a negativação no Serasa.

Assim, ele terá dificuldade para acessar financiamentos e outras transações financeiras.

Vale ressaltar que, é imprescindível ter cuidado redobrado antes de protestar para evitar indenização por danos morais. Tenha garantia que o valor cobrado está correto e é inquestionável.

3. Cobrança judicial das dívidas de condomínio

Se mesmo com as ações anteriores o pagamento não for realizado, o condomínio pode procurar um advogado para ingressar com uma cobrança judicial e recuperar o valor devido. 

Isso está previsto no artigo 275, inciso IIb do Código de Processo Civil. A cobrança pode ser feita após o primeiro mês de inadimplência, com a aplicação de multa de 2%, juros de 1% ao mês e correção monetária, ou o convencionado em cada condomínio.

Para iniciar a ação judicial, o condomínio deve deixar claro a situação de inadimplência do morador. 

Além disso, é necessário juntar a ata da Assembleia Geral de condôminos que aprovaram as despesas do período cobrado e outros documentos relevantes para o processo. 

Se a dívida persistir, haverá o bloqueio de dinheiro em contas bancárias ou penhora de bens, podendo até resultar na perda do imóvel.

4. Acordo extrajudicial para zerar inadimplência

Existe um caminho paralelo para garantir o pagamento do condomínio: o acordo extrajudicial. Os advogados podem buscar um acordo entre as partes envolvidas e economizar dinheiro com ações judiciais. 

Essa alternativa pode ser benéfica para ambas as partes, resolvendo a inadimplência de forma mais ágil. Nessa etapa, é possível oferecer pagamentos parcelados, ou descontos sobre juros e multas para incentivar o pagamento. 

Saiba como calcular juros de condomínio atrasado.

Como evitar inadimplência na cobrança de condomínio?

O não pagamento das taxas de condomínio afeta não só a gestão financeira, mas os moradores. Afinal, dependendo da proporção, pode afetar a continuidade dos serviços essenciais.

Por isso, além de saber como realizar a cobrança de condomínio, é primordial saber como ter uma boa gestão de cobranças e evitar a inadimplência.

Como solução, algumas estratégias podem ser adotadas, como o uso de um sistema de cobrança automatizado com régua de cobrança.

O Asaas, por exemplo, é um sistema com régua de cobrança multicanal. As mensagens podem ser personalizadas e enviadas automaticamente por e-mail, SMS, robô de voz ou WhatsApp.

Tipos de notificações de cobrança disponíveis no Asaas.

Além disso, o sistema facilita a gestão financeira do condomínio, oferecendo relatórios detalhados sobre entradas e saídas, e permitindo a identificação rápida de pagamentos em atraso. 

Quer usufruir dessas vantagens e evitar cobrança de condomínio atrasada? Abra sua conta agora mesmo e comece a utilizar a régua de cobrança Asaas!

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Diretor de Operações Financeiras e Tesouraria do Asaas. Formado em Administração de empresas pela Univille e pós-graduado em Gestão financeira pela FGV, possui mais de 23 anos de experiência no mercado financeiro. Consolidou sua carreira no Bradesco, atuando, por mais de 12 anos, como gerente de negócios.

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