O número de igrejas brasileiras cresceu exponencialmente nos últimos anos. Conforme o IBGE, o Brasil possuía 579,8 mil estabelecimentos religiosos em 2022. Em 2017, o país já registrava uma média de 17 novas igrejas por dia.
Nesse cenário, muitos desafios começaram a surgir, como o funcionamento das tesourarias de igreja. Afinal, ter uma gestão financeira organizada é imprescindível para manter uma instituição sustentável — com as obrigações fiscais em dia.
Continue lendo para saber como deve funcionar a tesouraria da igreja e os 9 passos para estruturá-la corretamente.
Como funciona a tesouraria da igreja?
A tesouraria de uma igreja é responsável por gerenciar as finanças da instituição. Seu principal papel é garantir que os recursos recebidos sejam bem administrados, registrados corretamente e utilizados de forma responsável. Assim, as necessidades da congregação podem ser atendidas com transparência e organização.
O departamento financeiro da igreja pode englobar as seguintes tarefas:
- Recebimento de doações;
- Coleta e contabilização de ofertas, dízimos e outras receitas;
- Pagamento de contas: água, luz, salário de funcionários, manutenção, aluguel, etc.;
- Elaboração de relatórios financeiros;
- Controle de despesas;
- Definição de orçamentos;
- Gestão da reserva de emergência.
Qual é a função do tesoureiro de uma igreja?
Em uma tesouraria de igreja, é preciso ter um tesoureiro. Esse profissional irá atuar para cuidar da administração financeira da instituição. Ele deve garantir que todos os recursos sejam recebidos e registrados com ética e transparência.
É uma função de grande importância, pois ele atua como um “guardião” das finanças da igreja. Entre as suas principais funções, estão:
- Registrar dízimos, ofertas e doações;
- Efetuar pagamentos das despesas da igreja;
- Controlar o caixa físico e a conta bancária da instituição;
- Arquivar notas fiscais, comprovantes e extratos;
- Elaborar relatórios financeiros periódicos;
- Prestar contas à liderança e à assembleia da igreja;
- Participar do planejamento orçamentário anual;
- Garantir a transparência e a segurança no uso dos recursos;
- Seguir as diretrizes legais e contábeis aplicáveis à igreja.
Além das responsabilidades já citadas, é importante que seja um profissional ético, organizado e atento aos detalhes. Também é preciso ter transparência, compromisso com a verdade e possuir conhecimento básico em contabilidade.
O pastor pode ser o tesoureiro da igreja?
Sim. Em muitas situações, o pastor também assume a função de tesoureiro.
Contudo, essa prática não é recomendada. Isso porque, além da sobrecarga de tarefas, é necessário buscar transparência e uma prestação de contas clara diante da congregação.
Vale ressaltar que, a igreja obrigatoriamente deve ser formada por uma diretoria, que engloba o cargo de tesoureiro:
- Presidente;
- Tesoureiro;
- Secretário.
Veja o passo a passo completo de como abrir uma igreja.
Como organizar a tesouraria de uma igreja?
A tesouraria da igreja é um pilar crucial na estrutura da instituição. Ao mantê-la bem gerenciada, a liderança pode acompanhar as entradas e saídas de recursos com segurança. Além disso, fortalece a confiança dos membros.
Assim, com processos claros e bem definidos, é possível planejar melhor os investimentos, cumprir com as obrigações e apoiar os ministérios. Portanto, a tesouraria pode contribuir diretamente para o crescimento da entidade religiosa.
Veja abaixo dicas de como organizar a tesouraria de uma igreja:
1. Tenha uma conta digital para igrejas
Abrir uma conta digital para igrejas é primordial para seguir os próximos passos. Essa ação irá evitar a mistura entre recursos pessoais dos líderes e o dinheiro da entidade.
Mesmo temporariamente, não é recomendável utilizar uma única conta para as duas funções. Dessa forma, os membros sentirão mais confiança nas finanças da igreja, além de evitar problemas legais, como desvio de recursos.
Ao ter uma conta PJ para igrejas, como a do Asaas, os líderes passam a ter facilidade para controlar as receitas e despesas, além de contribuir para uma prestação de contas mais detalhada.
Atualmente, existem contas digitais voltadas para pessoas jurídicas com tarifas mais acessíveis e outros recursos que otimizam a gestão financeira.
Conheça todos os recursos da conta digital Asaas.
2. Avalie a situação financeira atual da entidade religiosa
Antes de iniciar planejamentos e estruturar a tesouraria da igreja, é importante saber a situação financeira atual da instituição.
Portanto, faça um levantamento completo das receitas mensais (dízimos, ofertas e doações), e dos custos fixos e variáveis (aluguéis, contas de consumo, salários, etc.).
Verifique também se há dívidas pendentes ou compromissos financeiros assumidos, pois é crucial trabalhar para não acumular pendências financeiras e manter a boa reputação da igreja.
Dessa forma, é possível ter um processo de tomada de decisão mais assertivo, planejar investimentos com responsabilidade e identificar prioridades urgentes.
3. Faça o controle financeiro de entradas e saídas da igreja
Com uma conta digital PJ dedicada exclusivamente a igreja e a avaliação da situação atual da instituição, a tesouraria pode estabelecer padrões mensais para o controle de entradas e saídas.
Vale ressaltar que, tudo que entra ou sai da tesouraria precisa ser devidamente registrado e atualizado. Quanto mais detalhado, maior será a segurança nas finanças.
Por isso, crie uma rotina de lançamentos diários ou semanais com data, valor, origem ou destino, e tipo de movimentação. Aqui, é importante estabelecer uma data no mês para o fechamento das movimentações.
O tesoureiro pode utilizar planilhas ou softwares de gestão financeira para organizar todas essas informações. O uso da tecnologia proporciona relatórios mais precisos, além de evitar esquecimentos ou falhas humanas.
4. Mantenha o pagamento em contas da igreja em dia
Manter o pagamento de contas em dia é essencial para a igreja não adquirir novas dívidas. Lembre-se que contas em atraso geram juros e multas, além do corte de serviços, prejudicando o funcionamento da instituição.
Para não perder prazos, monte um calendário com todas as datas de vencimento de contas fixas e variáveis.
Com a ajuda de uma conta digital, como a do Asaas, é possível agendar pagamentos para evitar esquecimentos.
5. Preste contas das finanças da instituição religiosa
Qualquer instituição religiosa deve ter a transparência como um dos seus principais pilares. Para isso, é preciso constantemente prestar contas das finanças aos líderes e membros da igreja.
Essa ação pode ser realizada por meio de relatórios financeiros periódicos — mensal, trimestral ou semestral. É importante que haja um conselho financeiro para auxiliar na supervisão desses relatórios.
Prestar contas com clareza gera confiança e incentiva os membros a continuarem contribuindo. Além disso, protege a igreja de possíveis acusações de desvio de recursos.
6. Tenha uma reserva de emergência para a igreja
Uma pesquisa da Serasa revelou que 25% dos brasileiros entrevistados têm medo de não ter reserva de emergência quando precisarem. Muitas vezes, por ser composta de indivíduos, a falta desse planejamento também está presente na cultura das igrejas.
Como qualquer família, a igreja deve ter um fundo de emergência. Afinal, imprevistos acontecem, como quedas de contribuição, crises financeiras ou gastos inesperados com manutenção.
O recomendado é reservar, aos poucos, de 3 a 6 meses do valor médio das despesas mensais. Essa reserva deve ser aplicada em uma conta separada, preferencialmente com rendimento e liquidez diária, para estar acessível quando necessário.
Assim, mesmo que surjam desafios ou problemas financeiros, a instituição pode manter suas atividades.
7. Cumpra as obrigações fiscais da instituição religiosa
Apesar de possuírem imunidade tributária, as igrejas têm obrigações fiscais que devem ser cumpridas. O CNPJ, por exemplo, deve estar ativo e regularizado.
Existem também declarações a serem enviadas anualmente, além da obrigatoriedade de manter livros contábeis atualizados, guardar documentos fiscais e emitir comprovantes sempre que necessário.
Por isso, o tesoureiro deve ter nota fiscal e recibo de todas as transações e guardar comprovantes. Caso contrário, a igreja pode perder benefícios fiscais e receber multas.
Entenda mais se igreja paga imposto e quais são as suas obrigações fiscais.
8. Faça uma gestão adequada dos recursos financeiros da igreja
Organizar a tesouraria da igreja também envolve a boa gestão dos recursos existentes. Afinal, o dinheiro deve ser usado com sabedoria, alinhado com as prioridades da entidade.
É importante evitar gastos desnecessários ou impulsivos. Avalie cada investimento com base na necessidade e impacto ministerial.
Nessa etapa, envolva também outros líderes da igreja nas decisões de maior valor, promovendo uma gestão participativa e transparente.
9. Utilize um software de gestão financeira para igrejas
Por fim, existem sistemas específicos para igrejas que permitem gerenciar arrecadações, controlar despesas, gerar relatórios, emitir comprovantes e organizar o fluxo de caixa.
Esses softwares facilitam a rotina do tesoureiro e reduzem erros manuais. Além disso, muitos funcionam na nuvem, viabilizando o acesso às informações de qualquer lugar, com segurança.
O Asaas é uma plataforma completa que facilita o pagamento de contas, o recebimento de doações via link de pagamento, emite boletos, oferece relatórios personalizados e muito mais.
Abra sua conta digital PJ Asaas agora mesmo e melhore a gestão financeira da sua igreja!