O que é Open Banking e como funciona?

por Conta Digital

Publicado em 19 de outubro, 2020 | Atualizado em 15 de março, 2024

A tecnologia existe para facilitar a vida de todos os usuários, aumentando a eficiência dos serviços online. Uma das grandes vantagens que a tecnologia dispõe é a integração entre ferramentas e dados.

Em 2022, por exemplo, 56% dos trabalhadores brasileiro possuíam contas em bancos digitais, de acordo com matéria publicada pela Mobiletime. O número aumentou em relação aos 48% de 2021.

Para melhorar os serviços online de conta bancárias, surgiu um sistema conhecido como Open Banking que permite a integração de dados dos clientes entre as plataformas. Mas, além das facilidades, ele trouxe questionamentos em relação à segurança de dados.

Por isso, neste artigo vamos explicar o que é Open Banking e como ele funciona, além das aplicações que pode ter para você. Continue lendo!

O que é Open Banking?

Imagine todo seu histórico financeiro: transações, movimentações, compras e empréstimos. São dados desse tipo que permitem que os bancos, com os quais você e sua empresa trabalham, ofereçam serviços personalizados e próximos às suas necessidades.

Se você decidir mudar de banco, como poderia levar essas informações financeiras para a próxima conta? É para executar essa função que existe o Open Banking. 

Esse serviço possibilita que o cliente permita o acesso das informações bancárias disponíveis dentro de uma conta, que possam ser acessadas por outros sistemas bancários – garantindo agilidade na comunicação de informações.

Qual a diferença entre Open Banking e Open Finance?

De modo geral, o Open Banking é a versão inicial do que se conhece por Open Finance. Ou seja, ambas as soluções possuem a mesma função, embora apresentem diferenças conforme suas ferramentas evoluíram para tornar os processos mais eficientes.

Confira as principais diferenças entre as duas ferramentas e como elas são utilizadas no dia-a-dia:

Diferenças Open Finance

O Open Finance é a solução atualizada que permite que suas informações bancárias possam ser acessadas com maior praticidade por outras instituições, conforme autorização do usuário.

Através do compartilhamento de dados, instituições financeiras e consumidores podem usufruir de melhores ofertas de crédito, de acordo com seu momento econômico. 

E, nesse caso, o Open Finance é a modalidade mais evoluída do Open Banking, oferecendo um leque de possibilidades maior para seus usuários. 

Diferenças Open Banking

Por isso, podemos dizer que a grande diferença entre as duas modalidades, é que o Open Banking é uma solução mais restrita ao uso de instituições bancárias.

Enquanto o Open Finance consegue expandir o compartilhamento de informações para corretoras de investimento, seguros, previdência, câmbio e adquirência – o Open Banking limita o compartilhamento para que bancos possam equilibrar as ofertas de crédito, empréstimos etc.

Uso de APIs

Vale ressaltar que para funcionar adequadamente, as instituições tendem a utilizar APIs para permitir um compartilhamento eficiente entre as instituições. Afinal, esse processo não é feito de forma automática, precisando da autorização do cliente para operar.

Como o open banking funciona?

Para compartilhar dados, o cliente precisa inicialmente acessar o aplicativo da instituição financeira de onde ele deseja fornecer suas informações. Dentro do sistema, ele seleciona a instituição para qual deseja compartilhar dados, especifica quais informações serão acessíveis e estabelece o período de validade do consentimento.

Após essas etapas, o cliente é redirecionado para a instituição de origem dos dados, onde é necessário realizar a autenticação e confirmar a operação. Em seguida, é realizado outro redirecionamento para a instituição destinatária dos dados, onde é efetivado o compartilhamento.

A partir da autorização do usuário, o aplicativo bancário pode integrar histórico de transações, solicitações de crédito, pagamento de despesas e outros dados entre as instituições.

Quais são as fases do open banking?

Vale ressaltar que o Open Banking passou a ser implementado no Brasil no dia 1º de fevereiro de 2021 – com algumas instituições atuando a partir de testes. Porém, até o dia 15 de dezembro de 2021, já havia iniciado a quarta fase da implementação da solução no Brasil.

Na quarta fase, mais produtos e serviços foram disponibilizados para os usuários. Porém, o Bacen avaliou que seria necessário evoluir a aplicação para o Open Finance. 

Isso aconteceu a fim de que as operações de compartilhamento sobre investimentos, previdência, seguros, câmbios e outras possam ocorrer com maior praticidade e transparência.

Como é feita a autorização  do compartilhamento de dados?

Um dos aspectos mais importantes do funcionamento do Open Banking está relacionado ao consentimento dos usuários para que o processo seja iniciado. Para que o compartilhamento seja autorizado, os usuários precisam se manifestar livremente por essa opção.

A partir disso, eles passam por três etapas de verificação para permitir que o processo tenha continuidade e seja concluído. Confira quais são as três etapas para utilizar o Open Banking:

Consentimento

Essa é a etapa inicial de todo o processo de verificação. Através dela, o cliente informa à instituição financeira seu desejo de compartilhar seus dados com outra instituição específica.

Autenticação

Posteriormente, é iniciada uma fase de autenticação – a partir dos dados pessoais fornecidos pelos usuários. Também é necessário realizar a validação para todas as instituições nas quais você espera compartilhar suas informações.

Confirmação

Por fim, uma vez que sejam definidas as instituições e quais serão os dados compartilhados, você também pode determinar a data pela qual esse acesso ficará disponível. 

Assim, o processo é concluído a partir da confirmação de todo o processo realizado.

Quais instituições vão participar do Open Banking?

Todas as maiores instituições financeiras do país, incluindo bancos, fintechs e corretoras devem estar dentro daquelas que terão possibilidade de vinculação via Open Banking ou Open Finance.

Porém, pode ocorrer de muitas delas ainda estarem nas etapas de implementação dessa tecnologia. É possível conferir a lista de todas as instituições participantes no site da Open Banking Brasil.

Quanto tempo as empresas possuem acesso aos dados?

As empresas podem variar o prazo para o compartilhamento de dados em até 12 meses. Após esse período, é necessário que os usuários validem o processo novamente, para que as instituições continuem compartilhando as informações dos clientes.

Sendo assim, se o cliente permitir, é possível compartilhar o histórico financeiro de até um ano com as instituições escolhidas.

Quais dados financeiros são compartilhados?

Conforme as quatro fases do Open Banking avançaram, as instituições puderam oferecer o compartilhamento e integração de uma gama variada de dados. 

Entre os principais, estão as informações cadastrais (endereço, estado civil, faturamento, tipos de produtos cadastrados) e os transacionais (dados sobre contas, limites, saldo, cartões de crédito e operações de crédito).

Além disso, também é possível compartilhar informações sobre o uso de produtos e serviços específicos disponíveis pelas instituições – como operações de câmbio, credenciamento, investimentos, seguros, previdência etc.

É possível “descompartilhar” dados?

Por padrão, os dados podem ser compartilhados em até 12 meses. Porém, o cliente tem total autonomia para escolher um período menor e cancelar o processo.

Isso garante mais segurança para todo o serviço, já que fornece autonomia para o consumidor deixar de participar do compartilhamento. 

Vale citar também que toda solução do Open Banking é regulamentada pelo Banco Central (Bacen), garantindo a legitimidade de toda a transação de informações entre instituições.

Quais os benefícios do Open Banking?

Agora que já explicamos o que é o Open Banking, precisamos demonstrar quais são os benefícios que essa solução pode implementar dentro da sua rotina financeira. 

Afinal, o maior propósito de compartilhar suas informações bancárias, é oferecer um serviço mais personalizado e direcionado para suas necessidades.

Por isso, confira como o Open Banking pode ser aplicado dentro da sua gestão financeira e trazer benefícios:

1. Produtos sob medida

Ao aderir ao Open Banking, as instituições passam a ter um suprimento maior de informações sobre a rotina financeira dos seus clientes. Isso permite que elas ofereçam produtos sob medida – voltados para atender suas necessidades.

A partir do seu histórico de transações, serviços utilizados e limites de crédito, as instituições podem oferecer serviços que foquem em ajudar sua saúde financeira.

2. Agilidade na contratação de produtos e serviços

Se você precisa de aprovação de um financiamento, por exemplo, ao aderir ao Open Banking é possível que todo seu processo de aprovação seja feito rapidamente e sem complicações.

Isso acontece porque as instituições podem ter um panorama mais amplo sobre seu histórico. Todos os processos financeiros feitos pela suas contas, e evidências que demonstrem sua capacidade de pagamento para o serviço contratado.

Isso agiliza a resolução de crédito, tornando-a mais assertiva e dinâmica.

3. Redução de custos bancários

Além de oferecer os melhores serviços para seu perfil, o Open Banking também permite que as instituições ofereçam produtos mais baratos – com taxas acessíveis e que correspondam com suas necessidades.

Afinal, eles entendem qual tipo de solução você pode estar buscando e quanto você pode estar disposto a pagar por ela.

4. Maior controle financeiro e transparência

Outra vantagem do Open Banking é entregar transparência para todas as operações. Ele evita que poucas instituições tenham o controle sobre uma parcela grande dos dados dos seus clientes.

Ao dissipar esse núcleo de informações, o cliente ganha autonomia para gerenciar quais instituições podem ganhar acesso aos seus dados e ainda reverte isso em produtos personalizados.

Eventualmente, com uma relação mais alinhada entre consumidor e banco, esse processo também leva a uma melhor gestão e controle financeiro.

5. Maior competição entre as instituições

Por fim, a solução do Open Banking também favorece a competição entre instituições. Com as informações compartilhadas, elas passam a trabalhar sob um piso de igualdade – em relação a um mesmo cliente.

Sendo assim, torna-se necessário buscar inovações e oferecer as maiores vantagens para manter aquele consumidor utilizando sua plataforma. Isso também ajuda na tomada de decisão em relação a suas decisões financeiras.

Por que adotar o Open Banking?

A partir do Open Banking, o Banco Central espera que ocorra um fluxo mais transparente entre as instituições. Isso pode favorecer que a oferta de serviços seja mais assertiva, melhorando a relação entre consumidores e suas instituições. 

Além disso, o custo de taxas de crédito podem ser reduzidos, proporcionando a criação de novos produtos pelas instituições bancárias. 

Além disso, com mais informações sobre a vivência econômica dos consumidores, os bancos podem analisar melhor o fornecimento de crédito, evitando clientes com potencial para inadimplência.

Cuidados ao adotar o Open Banking

Porém, apesar das muitas vantagens, muitos clientes se preocupam que ao adotar o Open Banking, terão seus dados financeiros expostos – o que pode prejudicar o uso de ferramentas e realizar solicitações financeiras no futuro.

Porém, vale ressaltar que as instituições participantes precisam adotar diversos requisitos que garantem a segurança e sigilo das informações compartilhadas, como soluções antifraudes. Porém, é fundamental que você entenda quais dados estará compartilhando com o banco. 

Da mesma forma, também é fundamental pesquisar para conhecer quais serão os bancos pelos quais suas informações serão integradas, garantindo o máximo de confiabilidade no processo.

Como o Open Banking utiliza APIs?

Conforme já comentamos, o sistema Open Banking utiliza o sistema de APIs (Application Programming Interface) para permitir que as instituições financeiras compartilhem informações bancárias de forma segura com terceiros. 

As APIs são conjuntos de regras e protocolos que permitem que diferentes sistemas se comuniquem e compartilhem dados. Isso permite que essas empresas obtenham informações sobre contas bancárias, transações e outros dados financeiros dos clientes com maior segurança e agilidade.

As APIs também permitem que os clientes autorizem terceiros a acessar suas contas bancárias e realizar transações em seu nome. Isso pode incluir pagamentos de contas, transferências entre contas e outras tarefas financeiras automatizadas.

O Asaas, por exemplo, oferece uma API de pagamento completa para empresas, facilitando o processo de recebimento do negócio.

Se você quer conhecer mais sobre as APIs não deixe de conferir nosso artigo sobre as APIs de pagamentos e como elas podem ser utilizadas para otimizar a rotina de cobranças da sua empresa.

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