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Como fazer a captação de recursos para ONGs de 7 formas 

Publicado em . Atualizado em
Por João Vitor Possamai . Tempo de leitura: 9 mins
Grupo de voluntários se preparando para captação de recursos paga ONGs.

Projetos sociais e organizações do terceiro setor realizam suas atividades por meio de doações ou de financiamentos externos, que podem ser recebidos de diversas maneiras. 

No entanto, em alguns momentos, é preciso realizar ativamente a captação de recursos, garantindo que a ONG continue se desenvolvendo e realizando projetos, aumentando seu alcance. 

Para concretizar os planos, é preciso entender as particularidades que envolvem a captação de recursos para ONGs, as principais formas e como realizar este processo financeiro. Para saber mais, continue nas próximas linhas. 

Qual a importância de captar recursos para ONGs?

As ONGs, Organizações Não Governamentais, são entidades que atuam sem fins lucrativos no terceiro setor. Elas podem realizar atividades econômicas e gerar resultados positivos, mas não podem distribuir os lucros

Assim, embora possam prestar serviços, realizar eventos, etc., a maior fonte de seus recursos é proveniente de doações ou de incentivos externos, na maioria das vezes. 

Para realizar os projetos a que se dedicam, necessitam de estruturação: pessoas, tecnologia, recursos materiais e financeiros. 

É neste ponto que a captação de recursos para ONGs é tão importante: para garantir o funcionamento da organização, com os meios necessários para a causa. 

Por isso, é importante entender as melhores formas de captar os recursos necessários para suportar a operação financeira da organização

Ciclo de como funciona o processo de captação de recursos para ONGs

Quais são os tipos de captação de recursos para ONGs?

Existem diversas formas de realizar a captação de recursos para ONGs. Como atuam em nichos específicos na sociedade, é possível criar estratégias para conquistar doadores e angariar fundos de diferentes formas

É fundamental que, antes de começar o processo de captação, a ONG tenha um planejamento bem definido, com metas, objetivos e um orçamento. Afinal, cada projeto tem suas necessidades específicas. 

Para isso, é importante possuir um levantamento de despesas, que justifiquem o recurso solicitado e como ele será utilizado posteriormente. Além de manter uma organização das contas, também passa maior confiabilidade para quem realizará a doação. 

Com todas essas definições, é possível definir de quais formas a organização vai captar os recursos necessários. Veja algumas das formas mais comuns: 

1. Doações diretas de pessoas físicas ou jurídicas

Uma das formas mais comuns de angariar fundos para organizações sem fins lucrativos é por meio de doações, sejam elas de pessoa física ou jurídica. 

É possível captar pessoas por diversos meios, com estratégias que permitam o entendimento da importância da doação, mesmo que mínima, para a subsistência do projeto. 

Na captação de empresas, embora tenha maior burocracia envolvida com as transferências monetárias e doação de produtos, parte da verba já é pré-destinada para este fim. 

Essas doações estão inclusas nas iniciativas de responsabilidade social de empresas privadas

Pelo Monitor das Doações, é possível ver que quase R$ 120 milhões de reais já foram doados somente em 2025, entre pessoa física e jurídica, conforme dados disponibilizados na mídia. 

É importante ressaltar que existem os grandes doadores, ou filantropos, que também podem ser um alvo de captação da ONG. Eles exigem maior estudo e a criação de um relacionamento, seja para entender como prospectá-lo ou se o nicho de atuação está conforme a ação da organização. 

2. Captação de recursos em campo 

Organizações sem fins lucrativos costumam angariar fundos em campo. Isso quer dizer que saem às ruas, captando no cara a cara, conversando com prospects

Conversar com os possíveis doadores, explicar a causa, para onde o dinheiro será destinado, aumenta as chances de conquistar doações. 

Porém, é preciso ter sensibilidade na abordagem e na explicação, com argumentos bem estruturados e ter sempre respostas para possíveis perguntas que surgirem, para auxiliar no processo de tomada de decisão do doador. 

Além disso, também é necessário treinar os captadores que sairão às ruas e realizarão essa tarefa, seja maneira voluntária ou paga, para registrar também os valores arrecadados durante as iniciativas realizadas. 

3. Editais de programas de financiamento

Diversos governos, fundações e instituições privadas oferecem editais para a inscrição de ONGs e projetos sociais receberem fomento para seu desenvolvimento. 

Cada edital tem seus critérios estabelecidos, e é uma forma muito comum de captação de recursos no terceiro setor

Segundo pesquisa da Iniciativa PIPA com a Phomenta, de 2023, ONGs passam cerca de 12 horas mensais pesquisando por editais e se adequando à documentação exigida. 

Como cada instituição tem uma exigência diferente, é importante ter uma equipe preparada para preencher as informações, garantindo que a proposta tenha valor agregado, melhorando as chances de aceite. 

4. Captação por recursos governamentais

Existem diversos mecanismos governamentais que fomentam iniciativas do terceiro setor, como leis de incentivo, emendas parlamentares e outros instrumentos. 

É importante ter uma equipe especializada para entender em quais desses a organização se adequa, para pleitear esse tipo de recurso. 

Geralmente, se destinam a áreas específicas, como: educação, cultura, saúde, entre outros, voltados para o benefício da comunidade. 

As emendas parlamentares, por exemplo, alocam o orçamento público para projetos que atendam às necessidades do povo. 

Já as Leis de Incentivo, por outro lado, permitem que empresas e cidadãos destinem os impostos para projetos de cunho social, cultural, ambiental, etc. 

Todas as leis de incentivo utilizam do pagamento do imposto de renda de pessoa jurídica ou física para alocar em projetos sociais. Alguns exemplos de Leis de Incentivo: 

  • Lei do Fundo da Infância e da Adolescência (Lei n.º 8.069/1990);
  • Lei de Incentivo ao Esporte (Lei n.º 11.438/2006);
  • Lei Nacional do Idoso (Lei n.º 12.213/2010);

5. Eventos para arrecadação de fundos

Outra prática bastante comum do terceiro setor é a realização de eventos para arrecadação de fundos. Além de aproximar o público da organização, também facilita interações entre os membros da ONG e doadores, parceiros e voluntários. 

Porém, para criar um evento, é preciso que ele tenha um objetivo em específico: para que servirá a captação? Qual o formato que ele será feito? Qual será o orçamento para todos os custos envolvidos? 

Para além dos pontos estruturais, deve ser definido como será feita a arrecadação: por meio de cobrança de entrada, patrocínios, páginas de vendas, leilão, etc. 

Você pode usar a planilha de modelo de orçamento para isso!

6. Marketing para divulgação da ONG

Organizações do terceiro setor necessitam do marketing para expandir o conhecimento público a respeito de suas iniciativas. Seja por meio do telemarketing, ou seja, no contato telefônico direto com possíveis doadores, ou no impacto em campanhas com parceiros.

A abordagem mudará, a depender da campanha e do objetivo, mas é importante manter-se relevante em meios que o público poderá encontrar a ONG

Além de aproximar ainda mais as pessoas do projeto, criando uma conexão, aumentando também a chance de receber doações. 

Apostar em inserções midiáticas, em portais de notícia ou telejornais, também aumenta o alcance e torna o marketing mais forte, angariando mais parceiros para conseguir fazer o projeto se sustentar. 

Além disso, com o alcance das redes sociais, também é possível manter uma presença online, reforçando a necessidade das doações, criando metas, vaquinhas (o crowdfunding), uma página de doações ou somente na disponibilização de um link de pagamento, como o do Asaas.

7. Sorteio de crédito de notas fiscais de compra

Essa é uma forma simples de captar recursos, que algumas prefeituras e estados disponibilizam, por meio da doação de notas fiscais

Esses programas destinam créditos para entidades sem fins lucrativos, que correm sorteios ou a benefícios (dedução de imposto de renda, por exemplo). 

Em São Paulo, por exemplo, o Programa Nota Fiscal Paulista sorteia créditos e bilhetes, a partir de notas fiscais de compra. Funciona a partir de alguns critérios: 

  • Por notas da própria ONG;
  • Notas sem CPF doadas pelos consumidores;
  • Ou por doação dos consumidores que incluem CPF na nota, diretamente pelo site do programa.

Como captar os recursos para projetos sociais?

Embora haja diversos tipos de captação de recurso e formas de conseguir angariar fundos, a organização precisa organizar como ela receberá os recursos

Ou seja, como esse dinheiro chegará até a associação. Geralmente, o recebimento acontece por bancos tradicionais ou por instituições financeiras especializadas no recebimento de doações, como o Asaas

Ao criar uma conta digital para ONGs, é possível criar cobranças para possíveis doadores, seja de forma única ou recorrente, caso a organização ofereça diferentes formas de doar. 

Além disso, também é possível receber pagamentos via link. Por meio dessa funcionalidade, um único link pode ser enviado para diversos doadores. 

Como não é necessário preencher nenhum dado a respeito do cliente ou do valor a ser recebido, com o link de pagamentos, o próprio doador realiza essa função. 

passo a passo de como criar link de pagamento.

Isso deixa o doador livre para transferir o valor que quiser e puder, no momento em que lhe for mais conveniente. E elimina a necessidade do trabalho manual de criar faturas em cada recebimento, facilitando a gestão financeira da ONG. 

Para continuar aprendendo sobre gestão financeira e melhorar a gestão de recebíveis, aprenda como funciona o link de pagamentos do Asaas!

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Escrito por

João Vitor Possamai

Diretor Financeiro do Asaas. Formado em Finanças e Contabilidade pela New York University (NYU), possui mais de 10 anos de experiência no mercado financeiro. Atuava como diretor no CPP Investments, maior fundo de pensão canadense, com quase 500 bilhões de dólares sob gestão. Já teve passagem pelo Macquarie, em Nova York, e pelo HSBC, em São Paulo.

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