Gestão Financeira

5 passos para organizar o fluxo de caixa da sua empresa

Publicado em . Atualizado em
Por João Vitor Possamai . Tempo de leitura: 12 mins
Empreendedora preocupada com entrega de uma caixa. Ela segura um caderno, que consta o fluxo de caixa da empresa.

Você está aqui porque já ouviu diversas pessoas falando que criar um fluxo de caixa é fundamental para empresas, mas ainda não sabe como estruturar o seu? Ou, ainda, já passou pela sensação de ter dinheiro entrando, mas sem sobras no fim do mês?

Independente do motivo, passar por essas situações é comum, principalmente se você não conhece esse instrumento financeiro. Apesar de parecer bastante complexo, o fluxo de caixa representa o contrário: uma prática financeira simples, estratégica e indispensável para o crescimento.

Enquanto CFO do Asaas, já vi empresas ganharem tração e crescerem após a estruturação do fluxo de caixa. É justamente sobre a importância deste recurso para empresas que vou falar neste conteúdo. Acompanhe!

O que é o fluxo de caixa de uma empresa? 

De maneira geral, o fluxo de caixa é o registro organizado de todas as entradas e saídas de financeiras de uma empresa, em um determinado período. 

Apesar de ter uma definição simples, ele é a base da sua empresa. A partir do fluxo de caixa, você consegue determinar se a empresa consegue pagar suas contas, investir, crescer e sobreviver às mudanças do mercado. 

Mas, tão importante quanto a estruturação, é a atualização contínua das informações que constam nele

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Com os registros atualizados, você tem uma visão integrada das movimentações de capital. E, a partir disso, consegue criar estratégias financeiras responsáveis e projetar cenários futuros.  

De maneira geral, são 4 componentes que fazem parte da linha do tempo do seu caixa:

  • Saldo inicial: o valor disponível no começo do período;
  • Entradas: tudo o que a empresa recebe, seja por vendas, serviços, recebíveis, aportes;
  • Saídas: todos os pagamentos realizados para fornecedores, salários, impostos, empréstimos, despesas operacionais;
  • Saldo final: o resultado líquido, calculado pela diferença entre entradas e saídas.

Continue a leitura em: principais tipos de fluxo de caixa.

É a partir dessas informações que você cria o Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC) e realiza análises. Ao se basear nisso, você entende a real situação da sua saúde financeira. 

O que é o Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC)?

O Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC) é um relatório financeiro que mostra, de forma organizada, todo o dinheiro que entrou e saiu da empresa em um determinado período. Ele pode ser emitido de forma mensal, trimestral ou anua, por exemplo.

Enquanto o fluxo de caixa do dia a dia é uma ferramenta operacional, como aquela planilha ou sistema que você usa para acompanhar entradas e saídas, o DFC é um documento formal, estruturado em categorias padronizadas e usado para análise estratégica, auditoria e tomada de decisão.

Ele vai responder a três perguntas essenciais:

  • Quanto dinheiro a empresa gerou com a operação?
  • Quanto gastou ou recebeu em investimentos?
  • Como se financiou (empréstimos, aportes, pagamento de dívidas)?

Por isso, o DFC ajuda a entender não só o saldo, mas a origem de cada mudança no caixa da empresa. Ele mostra se a empresa lucrou, se está saudável, ajudando também em decisões de investimento, crédito, negociações com fornecedores, entre outros. 

Imagem mostra o demonstrativo de fluxo de caixa saudável.

Toda empresa precisa ter um fluxo de caixa?

Sim. E não é exagero dizer que o fluxo de caixa é o mínimo indispensável para qualquer negócio que queira sobreviver, crescer e se manter competitivo. 

Ao contrário do que muitos acreditam, o fluxo de caixa não é um instrumento “sofisticado”, reservado para empresas grandes

Não importa se é uma operação pequena, uma empresa familiar ou uma organização que está escalando rapidamente: todas dependem e precisam ter organização e previsibilidade de receita.

O fluxo de caixa é o que te permite enxergar a realidade financeira da empresa. Afinal, mesmo negócios muito lucrativos quebram quando não têm controle de entradas e saídas, sabia?

Quando você organiza seu fluxo de caixa, não conhece apenas o capital que tem hoje, mas o que terá amanhã. E esse entendimento muda completamente a forma como você vai operar.

Em outras palavras: o lucro mostra que a empresa é viável. O fluxo de caixa mostra se ela sobrevive. 

Por que o fluxo de caixa é considerado um instrumento estratégico? 

Acredito que existem muitos motivos pelos quais você deve investir em um bom fluxo de caixa, mas o maior deles é: ele te auxilia a compor a sua estratégia financeira

Se, ao pensar em estratégia, o que vem à sua cabeça é: expansão, novos produtos, aumento de equipe. Saiba que todas essas decisões são tomadas com base na capacidade financeira da empresa. E esta, por sua vez, é revelada por meio do fluxo de caixa. 

Por isso, entender como o seu processo financeiro interno funciona é fundamental para o crescimento da sua empresa. 

Além do que pontuei, o fluxo de caixa também oferece outros benefícios estratégicos, como: 

  • Transforma dados financeiros em decisões inteligentes: vai te ajudar a entender não só o caixa atual, mas também os impactos futuros de cada decisão, como na implementação de descontos, campanhas, compras e contratações;
  • Permite prever cenários e planejar ações antecipadamente: o fluxo de caixa evita decisões no improviso, para que você se prepare para momentos de baixa, atrasos ou expansão;
  • Reduz riscos operacionais e financeiros: ao indicar quando o caixa ficará crítico, ele protege a empresa contra endividamento, atrasos e quebras no ciclo produtivo;
  • Mostra o momento certo de investir ou frear gastos: com previsões claras, você identifica quando há margem para investir em marketing, estoque, tecnologia ou contratação, e quando é necessário ajustar custos;
  • Fortalece o controle de liquidez e aumenta a saúde financeira: saber exatamente quanto dinheiro estará disponível amanhã, na próxima semana ou no próximo trimestre permite decisões mais estratégicas e menos emocionais.

Por isso afirmo com convicção: não existe gestão financeira profissional sem fluxo de caixa. Ele é o instrumento básico que garante longevidade e segurança, independentemente do porte ou do estágio da empresa.

Imagem descreve as etapas do fluxo de caixa.

Como organizar o fluxo de caixa?

Embora o fluxo de caixa seja essencial, sua organização não se limita apenas no registro de entradas e saídas. É preciso repensar a estrutura interna da empresa, para que ele faça parte da rotina financeira. 

Tenha em mente um ponto fundamental: não basta somente criá-lo. Você precisa mantê-lo atualizado. Do contrário, todo o processo de gestão não funcionará e o seu esforço será em vão. 

Para te auxiliar com isso, separei alguns pontos que considero fundamentais para a organização de seu fluxo de caixa: 

1. Centralize todas as movimentações financeiras

Para iniciar o fluxo de caixa, é importante centralizar todas as informações em um só lugar. 

Isso inclui todos os valores que entram e que saem do seu caixa, o destino para onde vão, e em qual categoria pertencem. Essa segmentação e categorização permite que a empresa identifique padrões, gargalos e oportunidades. 

São elas que mostram, por exemplo, que a despesa operacional cresceu mais rápido do que a receita, ou que determinado cliente concentra boa parte das entradas futuras.

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Nesta planilha, você precisa registrar 

  • Vendas realizadas (independentemente da forma de pagamento);
  • Recebimentos previstos e confirmados;
  • Contas a pagar;
  • Despesas fixas e variáveis;
  • Impostos para empresas e tributos;
  • Folha de pagamento de seus funcionários;
  • Adiantamentos, reembolsos e ajustes;
  • Saldo inicial no caixa e nas contas bancárias.

Após a criação de todas essas categorias, você vai enxergar o dinheiro que entra, o que sai e o que continua pendente

A partir desta organização, você terá previsibilidade: entende como o seu caixa funciona, as possíveis variações e sazonalidades, e consegue se preparar para diferentes cenários. 

2. Crie e mantenha um processo formal de fechamento de caixa

O fluxo de caixa só se torna utilizável de fato quando você estabelece um ritual formal de fechamento e validação.

Esse ponto reforça o anterior, mas o que quero dizer com isso é: não saia do escritório sem garantir que o saldo registrado no bata exatamente com o extrato bancário do dia. Pode até parecer extremo, mas essa conciliação imediata é a primeira linha de defesa contra erros e fraudes.

E não se esqueça do fechamento mensal e da validação das informações: este é o momento da verdade, para saber se o seu processo está funcionando. Para isso, você deve:

  • Revisar todos os lançamentos: confirmar se a categorização está correta para que seus indicadores sejam precisos;
  • Formalizar o processo: conte com o auxílio do responsável financeiro da sua empresa, para análise e revisão do material e consequente criação de relatórios. Isso evita erros manuais.

Um processo de fechamento formal e documentado é a prova de que sua gestão é transparente e organizada. Essa documentação é importante para qualquer processo de auditoria ou para justificar decisões financeiras perante sócios e investidores.

Acompanhar e manter as informações atualizadas diariamente, para mim, é o segredo de um fluxo de caixa saudável. Afinal, quando a atualização é diária:

  • Você reduz erros por esquecimentos;
  • É possível identificar e corrigir desvios rapidamente;
  • Você toma decisões baseadas em fatos, não em estimativas;
  • Antecipa problemas de caixa antes que se agravem.

3. Mantenha um padrão único de registro

Outro ponto que vejo gerar confusão é a falta de padronização. Se cada pessoa que movimentar o fluxo de caixa registrar de um jeito, com o tempo, o fluxo vai ficar caótico

Você precisa ser responsável por essa coerência entre os dados e informações, mantendo a regularidade do abastecimento e conferência. 

Veja, por exemplo, algumas coisas que você pode padronizar: 

  • Descrições de transações (“Pagamento fornecedor X”, e não “Pgto X”, “Fornecedor X”, “Despesa 015”…);
  • Datas (competência x realização);
  • Categorias;
  • Formas de pagamento;
  • Clientes e fornecedores.

Além de realizar esse filtro, também é muito importante definir um status para cada uma das movimentações. Se você vende à vista ou vende a prazo, os períodos de compensação são diferentes, certo? Isso também deve estar informado na sua documentação.

Quando há uma confusão das informações, você olha para o seu saldo e ele não vai corresponder à realidade, parecendo que tem mais dinheiro do que de fato existe. Então, crie status, como, por exemplo: previsto (entradas e saídas programadas), confirmadas (valores já pagos ou recebidos) ou atrasadas (não aconteceu na data prevista).

Com essa padronização, vai ser mais fácil filtrar os dados de cada cliente, por período, atividade, pagamento, entre outros pontos. 

4. Revise periodicamente e ajuste o planejamento

O fluxo de caixa é dinâmico, já que o seu negócio está sempre em movimento. Por isso, o indicado é sempre revisar e ajustar as informações que estão nele. 

As etapas de revisão e ajuste podem ser semanais ou quinzenais, e vão te auxiliar a recalibrar as metas, ajustas preços, renegociar prazos, entender a necessidade de capital de giro, entre outros pontos importantes.

É com essa revisão contínua que você vai sustentar o crescimento saudável da sua empresa a longo prazo.

Leia mais: o que é planejamento financeiro empresarial?

Passo a passo de como montar o planejamento financeiro da empresa.

Como ter um fluxo de caixa automatizado?

Manter a organização do seu fluxo de caixa vai além da rotina. Como se trata de um instrumento estratégico para a sua empresa, ele precisa ser um organismo sustentável.

Se a sua empresa realiza o controle de fluxo de caixa manualmente, três problemas aparecem com frequência:

  • As informações chegam atrasadas, impedindo decisões rápidas;
  • Os dados não são confiáveis, porque erros humanos se acumulam;
  • Você perde tempo com tarefas operacionais, quando deveria estar focado no negócio.

E, quando o acompanhamento manual deixa de ser prático, é hora de buscar outra solução, como a automação do processo, por exemplo.

Automatizar o seu fluxo de caixa só traz ganhos: integração de diversas áreas, redução de erros, mais velocidade no preenchimento e eliminação de retrabalho. 

Use o Assas para automatizar o fluxo de caixa

No Asaas você conta com diversos recursos automatizados, como: conciliação bancária, criação de pagamentos, projeção automática de entradas e envio de régua de cobrança. 

Todos esses recursos, além de outras funcionalidades disponíveis no ERP do Asaas, como controle de estoque, emissão de notas fiscais, entre outros, transformam o fluxo de caixa em uma ferramenta viva, sem depender integralmente de artifícios manuais.

Ao automatizar os processos com o Asaas, você vai experienciar uma mudança estrutural na sua empresa, em uma plataforma pensada para os empresários. 

Você terá mais precisão nas suas projeções e vai acompanhar mais ativamente o status das cobranças, mantendo o equilíbrio do seu caixa. Além disso, ainda poderá contar com auxílio da antecipação de recebíveis, recebendo adiantado o capital futuro das suas vendas.

Melhore os seus processos e automatize o seu fluxo de caixa utilizando o ERP do Asaas.

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Escrito por

João Vitor Possamai

João Vitor Possamai é CFO do Asaas e especialista em gestão financeira, contabilidade e crédito. Com mais de uma década de experiência no mercado financeiro global (CPP Investments, Macquarie, HSBC), ele lidera e empodera PMEs. Formado em Finanças e Contabilidade pela NYU, sua expertise abrange Investment Banking, Private Equity e Fintech. No blog, ele desmistifica temas como fluxo de caixa, impostos e antecipação de recebíveis. Ele afirma: "Eu sou apaixonado por finanças, investimentos, private equity, macroeconomia, tecnologia e pagamentos." Confie na experiência de João Vitor Possamai.

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