Gestão Financeira

Efeito Tesoura: entenda o que é e como pode impactar sua empresa

Publicado em . Atualizado em
Por João Vitor Possamai . Tempo de leitura: 9 mins
Mãos sobre a mesa, uma aponta para um papel e a outra segura uma caneta, representando o efeito tesoura.

O Efeito Tesoura é um fenômeno financeiro que ocorre quando uma empresa enfrenta um desequilíbrio entre seus recebimentos e pagamentos, resultando em um aperto significativo em seu fluxo de caixa. 

Esse fenômeno é caracterizado por uma discrepância entre os prazos de recebimento de valores e os prazos de pagamento de obrigações financeiras.

Sendo assim, o efeito tesoura pode levar a uma implosão da sua capacidade de gerir suas finanças, administrar lucros e manter a empresa em crescimento

Por isso, confira neste artigo o que é o efeito tesoura na contabilidade da sua empresa e como você pode evitar esse incidente. Continue lendo!

O que é o Efeito Tesoura?

Em termos mais simples, o Efeito Tesoura acontece quando uma empresa se vê em uma situação em que precisa cumprir suas obrigações de pagamento a fornecedores e credores antes de receber os valores de suas vendas ou serviços prestados. 

Essa disparidade de tempos pode criar uma “tesoura financeira”, onde os recursos disponíveis para a empresa são insuficientes para cobrir suas obrigações imediatas.

Esse fenômeno é particularmente comum em setores nos quais existe um descompasso entre os prazos de pagamento negociados com fornecedores e os prazos de recebimento de clientes. 

Por exemplo, se uma empresa oferece aos seus clientes prazos estendidos para pagamento, mas enfrenta termos de pagamento mais curtos com seus fornecedores, o Efeito Tesoura pode se manifestar.

O que o efeito tesoura pode dizer sobre sua empresa?

Através do modelo de Fleuriet, pode ser avaliada, ao longo do tempo, a posição de liquidez da empresa, assim identificando sua saúde operacional e financeira. 

Dependendo do resultado conseguimos avaliar se a empresa está ou não passando por problemas de liquidez.

O primeiro passo para uma análise financeira é verificar as margens da empresa. Isso é fundamental, já que caso o valor de venda seja abaixo do seu custo, a empresa está condenada. É preciso entender as diferenças entre lucro e faturamento também.

Neste caso, para evitar multas e problemas burocráticos, lembre-se recorrer a um sistema financeiro automatizado, assim como o Asaas, que facilite o gerenciamento de seus pagamentos.

O que é Modelo Fleuriet e como ele afeta o efeito tesoura?

O Modelo Fleuriet é uma ferramenta analítica que desempenha um papel crucial na compreensão da estrutura financeira de uma empresa. 

Ele foi desenvolvido por Michel Fleuriet com o objetivo de oferecer uma visão mais aprofundada e dinâmica sobre as fontes e usos de recursos financeiros ao longo do tempo.

Esse modelo é composto por quatro quadrantes, cada um representando uma categoria específica de recursos e suas origens. Os quadrantes são:

  • Ativos Fixos (AF): Representa os investimentos em ativos de longo prazo, como máquinas e equipamentos.
  • Ativos Circulantes (AC): Engloba os ativos de curto prazo, como estoques, contas a receber e disponibilidades.
  • Passivos Exigíveis a Longo Prazo (PELP): Refere-se às obrigações financeiras de longo prazo, como empréstimos e financiamentos.
  • Passivos Exigíveis a Curto Prazo (PECP): Inclui as obrigações de curto prazo, como contas a pagar e dívidas de curto prazo.

O Modelo Fleuriet permite uma análise dinâmica e integrada dessas categorias ao longo do tempo, fornecendo insights valiosos sobre a saúde financeira e a capacidade de pagamento de uma empresa.

Relação com o Efeito Tesoura

A relação entre o Modelo Fleuriet e o Efeito Tesoura reside na capacidade da análise detalhada do modelo em identificar potenciais fontes de desequilíbrio financeiro, como o descompasso entre ativos e passivos circulantes.

Quando uma empresa enfrenta o Efeito Tesoura, muitas vezes é devido à falta de sincronia entre o ciclo de caixa e o ciclo de produção ou vendas

O Modelo Fleuriet, ao proporcionar uma visão clara das origens e destinos dos recursos financeiros, destaca áreas específicas onde o desequilíbrio pode ocorrer.

Ao analisar os quadrantes do Modelo Fleuriet, os gestores podem identificar se os ativos circulantes estão sendo financiados adequadamente pelos passivos circulantes, evitando assim que a empresa caia na armadilha do Efeito Tesoura.

Quais as causas do efeito tesoura?

Existem muitas situações que podem influenciar a situação financeira da sua empresa, especialmente em um cenário tão competitivo dos mercados atuais. E, muitas vezes, o resultado desse impacto pode ser negativo e gerar consequências como o efeito tesoura.

Porém, entender as causas dos problemas pode ser o primeiro passo para otimizar seus processos e evitar complicações financeiras. Por isso, confira quais as principais causas do efeito tesoura:

Aumento abrupto nas vendas

Pode parecer paradoxal, mas um aumento súbito nas vendas pode ser uma das causas do Efeito Tesoura. 

Se a empresa não estiver preparada para gerenciar esse aumento, pode enfrentar dificuldades em financiar o aumento de produção e lidar com o descompasso entre os recebimentos futuros e os pagamentos imediatos.

Queda nas vendas

Da mesma forma, uma queda inesperada nas vendas pode desencadear o Efeito Tesoura. 

A redução nas entradas de caixa pode comprometer a capacidade da empresa de cumprir obrigações financeiras de curto prazo, resultando em dificuldades temporárias.

Distúrbios no ciclo financeiro

Distúrbios no ciclo financeiro, como uma demora nas contas a receber ou um encurtamento repentino nos prazos de pagamento concedidos a clientes, podem criar desequilíbrios financeiros. 

O desalinhamento entre os ciclos de recebimento e pagamento contribui para o surgimento do Efeito Tesoura.

Baixa retenção de lucros

Empresas que não retém uma porção adequada de seus lucros para reinvestir no negócio ou enfrentar variações sazonais podem se encontrar em uma situação vulnerável. 

A falta de reservas financeiras pode amplificar os impactos do Efeito Tesoura. Por isso, é importante manter reservas que consigam suprir parte das demandas da empresa num estado de emergência.

Alta da inflação

A inflação pode desencadear aumentos nos custos operacionais, impactando negativamente a margem de lucro das empresas. 

Se esses aumentos não forem repassados aos preços dos produtos ou serviços de maneira eficiente, a empresa pode enfrentar um Efeito Tesoura devido ao descompasso entre custos crescentes e receitas estáveis.

Investimentos de longo prazo

Investimentos significativos de longo prazo, como expansão de instalações ou aquisição de ativos fixos, podem impactar temporariamente a liquidez da empresa. 

Se esses investimentos não forem cuidadosamente planejados e financiados, podem contribuir para o Efeito Tesoura.

Como evitar o Efeito Tesoura?

Para reduzir os impactos do Efeito Tesoura, as empresas precisam adotar estratégias de gestão financeiras sólidas. 

Isso inclui a implementação de políticas eficazes de gestão de caixa, a criação de reservas financeiras para enfrentar imprevistos, a negociação de prazos flexíveis com fornecedores e clientes, e uma análise cuidadosa do ciclo financeiro.

Por isso, confira quais as principais práticas para evitar o Efeito Tesoura:

1. Crie um planejamento financeiro

O planejamento financeiro é a espinha dorsal de uma gestão eficiente. Elabore um plano financeiro abrangente que inclua projeções de receitas e despesas, análise de fluxo de caixa e estratégias para lidar com variações sazonais. 

Isso proporciona uma visão clara das necessidades financeiras e ajuda a antecipar possíveis desafios.

2. Tenha um plano de negócios

Um plano de negócios robusto não apenas orienta o crescimento e a direção estratégica da empresa, mas também serve como uma ferramenta vital para prevenir o Efeito Tesoura. 

O plano de negócios deve contemplar detalhadamente os aspectos financeiros, incluindo metas de curto e longo prazo, investimentos planejados e fontes de financiamento.

3. Estabilize sua gestão financeira

A gestão financeira é o coração da sua empresa. É através dela que seu negócio pode gerenciar seus objetivos, definir metas futuras e tomar decisões que permitam o crescimento sustentável do negócio.

Além disso, a gestão financeira é fundamental para que seu negócio consiga superar desafios que possam ser apresentados, como o Efeito Tesoura.

4. Defina as metas econômicas do seu negócio

Estabeleça metas econômicas claras e alcançáveis para o seu negócio. Isso não apenas orienta as decisões financeiras, mas também fornece critérios tangíveis para avaliar o desempenho e ajustar as estratégias conforme necessário.

5. Utilizar ferramentas de análise

Ferramentas de análise, como indicadores financeiros, rácios e análise de tendências, são cruciais para avaliar a saúde financeira da empresa. 

Utilize essas ferramentas regularmente para identificar áreas de preocupação e oportunidades de melhoria. A análise contínua permite uma tomada de decisão mais informada.

6. Monitorar o fluxo de caixa constantemente

O monitoramento constante do fluxo de caixa é uma prática essencial para evitar surpresas desagradáveis. 

Mantenha um acompanhamento próximo dos recebimentos e pagamentos, avaliando a liquidez da empresa em diferentes cenários. 

Isso permite uma resposta proativa a desafios e a oportunidade de implementar medidas corretivas antes que o Efeito Tesoura se manifeste.

7. Conte com o Asaas Gestão Financeira

A melhor maneira de evitar situações financeiras que possam prejudicar o crescimento da sua empresa, é contar com as melhores ferramentas disponíveis no mercado que possam trazer resultados positivos pro seu negócio.

Assim, o Asaas é uma conta digital completa voltada para automatizar processos dentro do seu negócio, oferecer soluções financeiras e tornar sua rotina mais dinâmica e segura.

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Se você precisa de uma parceria para otimizar seus processos financeiros, não deixe de contar com o Asaas. Abra sua conta agora mesmo e descomplique sua gestão financeira!

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Diretor Financeiro do Asaas. Formado em Finanças e Contabilidade pela New York University (NYU), possui mais de 10 anos de experiência no mercado financeiro. Atuava como diretor no CPP Investments, maior fundo de pensão canadense, com quase 500 bilhões de dólares sob gestão. Já teve passagem pelo Macquarie, em Nova York, e pelo HSBC, em São Paulo.

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