Balanço patrimonial: o que é, qual a importância e como fazer?

Entre os relatórios e as demonstrações financeiras mais importantes para as suas estratégias e para o processo decisório, está o balanço patrimonial. Algumas empresas são obrigadas, por lei, a apresentar esse demonstrativo. Caso contrário, ficam de mãos vazias em processos judiciais.
No entanto, mesmo para os micro e pequenos negócios, que não têm essa obrigatoriedade, essa é uma ferramenta valiosa para saber como está a saúde financeira do seu negócio. A seguir, entenda o que é o balanço patrimonial e veja um passo a passo para estruturar o seu. Boa leitura!
O que é balanço patrimonial?
O balanço patrimonial, BP ou balanço contábil, é uma das demonstrações financeiras que as empresas precisam fazer para representar todas as movimentações financeiras dentro do período avaliado que, normalmente, é de um ano.
Nesse registro, constam os bens do negócio e as fontes dos recursos utilizados no período. Sendo assim, esse é um relatório que demonstra toda a posição e a condição do patrimônio do seu empreendimento.
Para que serve o balanço patrimonial?
Além de ser obrigatório por lei, o balanço patrimonial serve para revelar de onde vem o dinheiro utilizado e para onde ele vai. Dessa maneira, tem informações e dados sobre a saúde do seu negócio para que seja possível tomar decisões mais coerentes, econômicas e acertadas.
O planejamento financeiro, por exemplo, depende muito dos registros do seu balanço contábil, já que reúne os bens, as dívidas e as demais informações financeiras que devem ser controladas.
De modo geral, podemos dizer que o balanço patrimonial permite que se entenda tudo que envolve o dinheiro da sua empresa, viabiliza o planejamento tributário para que não haja problemas com o Fisco e sonegação de impostos, mostra a evolução da sua empresa e das suas metas financeiras e, ainda, demonstra se o seu negócio tem mais despesas do que receitas, a capacidade de endividamento e a lucratividade.
O que acontece se a empresa não fizer o balanço patrimonial?
De acordo com as normas do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), artigo 1.179, do Código Civil, o balanço patrimonial é obrigatório para todas as empresas, inclusive para aquelas optantes pelo Simples Nacional. A exceção dessa regra é o MEI, que é o único que não precisa apresentar essa escrituração.
As empresas que, por lei, devem apresentar esse relatório e não o fizerem ficam sem defesa para processos tributários, pois não podem usar essas informações em ações judiciais. Além disso, não saberão como está o comportamento financeiro do negócio e nem mesmo poderão entrar na justiça para solicitar recuperação judicial.
Qual é a composição do balanço patrimonial?
O balanço patrimonial é composto por três grupos de informações: os ativos, os passivos e o patrimônio líquido.
Os ativos representam todos os bens e os direitos da sua empresa. Ou seja, aquilo que pode ser avaliado no mercado. São exemplos máquinas, dinheiro na conta corrente do negócio, veículos e computadores. Os bens ainda são categorizados em:
- bens móveis: tudo aquilo que é físico e pode ser removido da sua empresa, como estoque e maquinário;
- bens imóveis: não podem ser retirados do espaço da sua empresa, como o escritório em si e o nome do seu negócio;
- bens tangíveis: são os bens representados fisicamente, como os veículos e o mobiliário;
- bens intangíveis: são os bens imateriais, como a sua marca, o domínio na internet, as patentes, os sistemas e a sua imagem.
Os direitos são as contas a receber, por exemplo, ou tudo aquilo que você depende de terceiros para receber.
Já os passivos podem ser vistos como as suas obrigações e dívidas, como impostos, faturas mensais, pagamento de funcionários etc.
O patrimônio líquido, por outro lado, representa os valores de acionistas e quotistas, as reservas de capital, os lucros e os prejuízos acumulados. Normalmente, esse não é o caso do MEI e nem do Simples Nacional.
Como estruturar o balanço patrimonial?
Para estruturar o balanço patrimonial, é preciso desmembrar e organizar os ativos e passivos da sua empresa. Isso deve ser feito em uma tabela com duas colunas, de modo que a da esquerda descreverá os ativos, ou bens, e direitos; e a da direita, os passivos e o patrimônio líquido, se houver.
Na seção dos ativos e passivos, deve ser feita a categorização em circulantes e não circulantes. Os ativos circulantes representam o dinheiro com disponibilidade imediata, como:
- estoque;
- investimentos com liquidez imediata;
- dinheiro disponível no banco e em caixas.
Os ativos não circulantes são aqueles que não podem ser realizados ou transformados em dinheiro em um ano ou menos. São exemplos os ativos de longo prazo, como os empréstimos, os ativos imobilizados e os bens intangíveis.
Na seção do passivo, os circulantes são aqueles que podem ser realizados dentro do período de um ano, mas lembre-se de que estamos falando das obrigações financeiras da sua empresa.
Nesse sentido, podemos destacar os empréstimos que devem ser pagos, os impostos, os adiantamentos de clientes (valores recebidos antes da entrega do produto ou serviço) e os encargos trabalhistas. Já os passivos não circulantes são as suas obrigações que ultrapassam um ano.
Para que o seu entendimento fique mais fácil, confira um passo a passo de como organizar essas informações e estruturar o seu balanço patrimonial. Veja só!
Agrupe os ativos e passivos
Como dito, os ativos devem ser descritos na coluna direita da sua tabela, e os passivos, à esquerda. Cada lançamento deve especificar a sua natureza (estoque, contas a receber, despesas etc.), a fim de evitar erros nos cálculos e confusões na estrutura.
Verifique e concilie os saldos
Esse passo é para certificar de que todos os valores lançados no balanço patrimonial estão corretos e atualizados. Por exemplo, quando for descrever valores disponíveis, verifique os extratos bancários e as planilhas de gastos.
Faça o lançamento de encerramento
Lançamento de encerramento é quando você integra os valores das receitas e as despesas de um determinado período após o encerramento, sendo que o valor final pode ser lucro ou prejuízo. Ele deve ser lançado como patrimônio da sua empresa.
Classifique as contas do patrimônio
Se houve prejuízo no período avaliado, ele deve ser incorporado em uma conta de prejuízos acumulados. No caso de saldos positivos, eles devem estar em uma conta de reserva de lucros. Apesar de essas duas seções não fazerem parte da estrutura do balanço patrimonial, elas auxiliam na sua avaliação de resultados e no processo decisório.
Mesmo não sendo obrigatória para MEIs e autônomos, a elaboração do balanço patrimonial funciona como uma ferramenta para analisar os resultados da sua empresa e para visualizar dados que devem fazer parte das suas decisões e estratégias.
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