Gestão Financeira

Como fazer a contabilidade para igrejas sem burocracia

Publicado em . Atualizado em
Por Rodrigo Schittini . Tempo de leitura: 8 mins
Padre e contadora em uma entidade religiosa. Estão conversando a respeito da contabilidade para igrejas.

Embora não sejam empresas, igrejas e outras entidades religiosas têm obrigações fiscais e tributárias. Afinal, realizam movimentações financeiras e precisam prestar contas aos órgãos competentes. 

Existem algumas exceções e isenções tributárias específicas para igrejas, que precisam ser avaliadas por profissionais da contabilidade, para garantir que as operações sejam transparentes e acessíveis. 

Por isso, nas próximas linhas, explicaremos as especificidades da contabilidade para igrejas, explicando as obrigações desses órgãos e a importância do auxílio nas obrigações contábeis. Para continuar aprendendo, siga nas próximas linhas. 

Qual a importância da contabilidade para igrejas?

Embora seja uma entidade do terceiro setor, a igreja é uma empresa, com CNPJ ativo e obrigações contábeis e fiscais para com os órgãos competentes. 

Seu funcionamento difere de organizações do segundo setor. Afinal, possui uma natureza jurídica específica, com imunidade tributária e diferentes exigências legais

A entidade ainda realiza a movimentação financeira do montante que compõe seu patrimônio. Por conta disso, a contabilidade faz-se necessária para acompanhar os processos e garantir o cumprimento das exigências legais. 

Porém, mesmo que tenha alguns benefícios por sua atuação, a entidade precisa cumprir suas obrigações contábeis e fiscais, que garantem seus direitos. Falaremos mais a sobre a seguir. 

Imunidade tributária para igrejas

Conforme previsto na Constituição Federal, as entidades religiosas possuem a imunidade tributária. Ou seja, não são tributadas da mesma forma que pessoas jurídicas de outros segmentos.

 Esse direito está previsto na Constituição Federal, artigo 150, inciso VI:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

VI – instituir impostos sobre:         (Vide Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

b) entidades religiosas e templos de qualquer culto, inclusive suas organizações assistenciais e beneficentes;      (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 132, de 2023)

Essa imunidade se aplica somente aos impostos. Geralmente, a isenção se aplica a taxas como:

  • IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano): depende de cada município, mas a maioria segue essa isenção;
  • ITBI (Impostos sobre Transmissão de Bens Imóveis);
  • IPVA (Impostos sobre a Propriedade de Veículos Automotores);
  • ITCMD (Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação). 

Saiba mais em: igreja paga imposto?

Quais são as obrigações contábeis de uma igreja?

As entidades religiosas ficam isentas das obrigações principais (tudo o que um empresário deve pagar, como tributos e multas, por exemplo), mas são obrigadas a cumprir com as obrigações acessórias. 

A contabilidade fica responsável pela realização do balancete mensal, que trata do acompanhamento periódico do fluxo de caixa e da saúde financeira da entidade, registrando todas as receitas e despesas. 

Mas, além disso, também é obrigatório o manejo e organização de toda documentação que deve ser entregue à Receita Federal, mesmo que não impliquem na cobrança de tributos. 

Vejam alguns exemplos de documentos obrigatórios na gestão contábil e fiscal de igrejas:

  • Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF): este documento apresenta todo o montante pago em impostos federais (IRPJ, IRRF, IOF, PIS/PASEP, COFINS, etc.), regulamentado pela Instrução Normativa n.º 1599/05. Essa declaração pode ser enviada por meios digitais;
  • Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte (DIRF): é uma obrigação acessória de todas as pessoas jurídicas, independente da tributação. Vale lembrar que toda entidade religiosa precisa descontar INSS dos funcionários e recolher IRRF para o beneficiário; 
  • Relação Anual de Informações Sociais (RAIS): obrigatória para toda entidade com CNPJ, com entrega feita por meio do eSocial; 
  • Escriturações Contábil Fiscal e Digital (ECF): substitui a Declaração de Rendimentos de Pessoa Jurídica (DIPJ), com entrega obrigatória para a Receita Federal; 
  • Contribuições Sociais (EFD): emitido mensalmente para detalhar operações que estão sujeitas ao PIS e ao COFINS. A ausência de entrega, atraso ou inconsistências estão sujeitas a multas e penalidades; 
  • eSocial: a plataforma substitui a entrega de diversas declarações, centralizando todas as informações em um só sistema, também obrigatório de preenchimento;
  • Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações à Previdência Social (GFIP): envia ao fisco as informações a respeito dos funcionários da igreja. Atualmente, pode ser enviado também via DCTF. 
Obrigações acessórias de uma contabilidade para igrejas.

Como funciona a contabilidade para igrejas?

Como responsável pelo âmbito fiscal e tributário, a contabilidade atua para organizar a documentação, prevenir riscos e evitar problemas. Para igrejas e demais entidades religiosas, o processo não é muito diferente. 

A contabilidade para igrejas deve considerar todas as particularidades legais, a fim de realizar uma boa gestão de recebíveis, ativos e despesas. 

Afinal, ao não cumprir os requisitos, algumas das isenções podem ser retiradas, podendo levar, inclusive, ao fechamento da instituição. 

Assim, funciona de maneira a melhorar os processos, visando alguns pontos, como: 

  • Prevenir riscos e estudar as mudanças nas leis: como a tributação ou a imunidade estão sujeitas às mudanças com Emendas Constitucionais, é preciso que a contabilidade para igrejas mantenha-se atualizada, evitando multas ou a perda dos benefícios; 
  • Orientação personalizada: como são diversas exceções, a contabilidade realizará a revisão dos processos financeiros e contábeis, visando o enquadramento com a lei vigente. 
  • Gerenciamento das operações financeiras: entidades religiosas estão sujeitas a um alto volume de caixa por meio de doações de fiéis, sendo fundamental manter o controle de receitas e despesas, equilibrando o caixa da entidade, a fim de entregar as declarações aos órgãos competentes;
  • Emissão de notas fiscais: a igreja pode prestar algum tipo de serviço para outra empresa, ou para garantir o recebimento de algum valor específico. 
  • Controle de ativos: imóveis e veículos devem ser inclusos como bens materiais da entidade, com obrigatoriedade de declaração aos órgãos competentes. 

3 dicas de como deve ser a contabilidade de uma igreja

Como parte fundamental da gestão de entidades religiosas, a contabilidade pode ser facilitada. Existem diversas formas de gerenciar os processos e obrigações, automatizando os processos e evitando erros ou falhas. 

Mesmo com as particularidades da gestão contábil e tributária, é possível tornar o processo mais fácil e passível de checagens periódicas.

Por isso, separamos algumas dicas para facilitar a contabilidade para igrejas: 

1. Faça uma boa gestão financeira na igreja

A documentação de todos os processos é primordial para a contabilidade. Assim, registrar detalhadamente todas as receitas e despesas facilitará na visualização da situação da entidade. 

Mensalmente, é necessário enviar aos contadores informações como extratos, recibos, comprovantes de receitas e despesas, notas fiscais, pagamento de impostos, entre outros. 

Uma gestão financeira eficiente também permite a criação de um fundo de emergências, útil em momentos de aumento de gastos ou diminuição de contribuições.

Além disso, ela ajuda a manter um fluxo de caixa equilibrado, garantindo o bom funcionamento da entidade e o cumprimento de todas as obrigações financeiras mensais.

Saiba mais sobre como funciona a gestão financeira para igrejas

2. Conte com profissionais especializados

A organização da documentação e o mapeamento da situação financeira podem ser realizados pela área administrativa

No entanto, a adequação certas isenções e a entrega de declarações exigem profissionais especializados em contabilidade para igrejas. 

Isso evita a burocracia da conferência de informações. Um contador experiente saberá exatamente o que é necessário para manter a igreja em funcionamento regular. 

3. Utilize um software de gestão

Um software de gestão financeira vai auxiliar no processo de organização das informações para a contabilidade da igreja. 

Busque por uma plataforma que auxilie em todos os processos essenciais: pagamento de contas, recebimento de doações, registros de receitas e despesas, emissão de notas fiscais, criação de relatórios contábeis, e muito mais. 

O Asaas oferece esses e outros recursos, que podem auxiliar no processo de organização financeira da entidade. 

Com a conta digital para igrejas do Asaas, todos os processos financeiros ficam centralizados em um lugar, facilitando a entrega de todos os documentos obrigatórios. 

Além disso, o Asaas oferece outras funcionalidades, como:

  • Sistema ERP completo, para expandir o processo de gestão da entidade;
  • API de pagamentos de fácil implementação;
  • Link de pagamentos, para facilitar o recebimento de doações pelas redes sociais, por exemplo;
  • Emissão de relatórios financeiros e contábeis completos;
  • Atendimento personalizado 24h por dia, 7 dias da semana. 

Abra sua conta digital no Asaas e comece a usufruir dos recursos essenciais para a contabilidade da sua igreja. 

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Escrito por

Rodrigo Schittini

Pioneirismo em Automação Financeira no Blog Asaas, conheça Rodrigo Schittini, Nexinvoice Director no Asaas e seu guia especializado na categoria Gestão Financeira. Com uma trajetória marcada pelo pioneirismo e inovação, ele traz sua vasta experiência em automação de contas a pagar para o universo do Asaas. Fundador da Guiando, uma das empresas pioneiras em T.E.M. (Telecom Expense Management) no Brasil. Desde 2018, expandiu sua atuação para prover automação de contas a pagar para grandes empresas do país com o nexinvoice, consolidando-se novamente como um dos líderes em Account Payable Automation. Em maio de 2024, a fintech Asaas adquiriu a Nexinvoice, e Rodrigo, junto com sua equipe, abraçou o desafio de integrar e aprimorar as soluções financeiras do Asaas. Sua missão é clara: tornar as soluções tão robustas no contas a pagar quanto já são no contas a receber, proporcionando uma gestão financeira ainda mais completa para as empresas. No blog do Asaas, compartilha insights valiosos sobre a automação de processos financeiros, estratégias para otimizar o fluxo de caixa e as melhores práticas em gestão de contas a pagar, um reflexo de sua paixão por transformar a eficiência financeira das empresas. Empreendedor visionário, focado em entregar soluções que geram impacto real: "Minha paixão é simplificar e automatizar a gestão financeira. Com o Nexinvoice, queremos que o contas a pagar no Asaas seja tão intuitivo e eficiente quanto o contas a receber." Confie na experiência e no olhar inovador de Rodrigo Schittini para revolucionar a gestão financeira do seu negócio com as mais avançadas soluções de automação.

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