Em um processo de organização financeira, a empresa precisa entender e separar todos as suas despesas e receitas. Em momentos de mudança ou crescimento, o caixa da organização pode sofrer com gastos inesperados.
Geralmente, nesses momentos, a empresa pode recorrer aos empréstimos empresariais ou financiamentos para investir no negócio. Esses processos geram dívidas, que virarão um gasto a mais para as finanças.
Porém, a amortização de dívidas é uma opção que permite às empresas o pagamento do montante antecipadamente ou em partes, a depender do contrato, do valor e das condições financeiras do negócio.
Para entender o que é, como funciona e como calcular a amortização de dívidas, continue a leitura!
O que é amortização de dívida?
A amortização de dívidas refere-se aos possíveis financiamentos ou empréstimos que uma empresa pode fazer para adquirir bens tangíveis, como imóveis, carros, etc.
Assim, possibilita nortear como o devedor pagará os valores, seja por parcelas ou à vista. Em quase todos os casos, o devedor vai reduzindo os valores mensalmente, mas abatendo possíveis cobranças de juros com o passar do tempo.
Assim, a amortização de dívidas é utilizada na quitação de empréstimos e financiamentos. Conforme a escolha do sistema de amortização, sua empresa pode optar por quitar a dívida mais rápido, com parcelas menores, ou o contrário, por exemplo.
Diferença entre quitação e amortização
Embora sejam dois termos bastante utilizados como sinônimos, quitação não é o mesmo que amortização. Quando uma empresa escolhe por amortizar uma dívida, ela irá diminuir o saldo devedor por meio do pagamento antecipado do parcelamento.
Já na quitação, acontece o que o próprio nome sugere: a dívida será integralmente liquidada com o pagamento total financiado.
Assim, a empresa precisará passar por uma organização ou ter em seu caixa o valor integral para realizar a gestão de pagamentos.
Sobre a melhor opção, dependerá do momento em que a empresa está. Se for vantajoso quitar todo o valor do financiamento, sem prejudicar o fluxo de caixa da empresa, pode ser uma boa opção. Do contrário, a amortização é uma solução para abater os juros e diminuir o tempo da dívida é a saída.
Benefícios da amortização de dívida
Saber como calcular a amortização de dívidas e de bens intangíveis pode colaborar com o seu negócio, trazendo maior estabilidade financeira.
A amortização de dívidas também pode colaborar com sua empresa, evitando que seu caixa seja comprometido. A partir dela, é possível diminuir o valor final das suas contas, podendo melhorar a saúde do seu caixa. Entre os benefícios da amortização de dívidas, estão:
- Redução do saldo devedor: saldo devedor é o valor total que uma empresa deve pagar em uma dívida. Ele é resultado da diferença entre o valor inicial da dívida e o valor que já foi pago em parcela. Na amortização, você tem a possibilidade de redução desse saldo.
- Redução dos juros e encargos: a amortização também pode diminuir os juros e encargos da dívida. Isso porque são aplicados sobre o saldo devedor, fazendo os juros diminuir consequentemente.
- Menor tempo para quitação: além disso, a amortização também permite que a dívida seja quitada em um tempo menor do que o simulado, reduzindo o saldo devedor e os juros sobre as parcelas.
Dessa forma sua empresa pode acelerar o processo de pagamento e quitar a dívida mais rapidamente. Assim, os riscos financeiros do seu negócio diminuirão, ganhando uma maior estabilidade contábil.
Como funciona a amortização de dívida?
Para entender melhor como funciona a amortização de dívida, imagine um empréstimo ou um financiamento feito ao banco. Neste caso, é feito um acordo, onde a empresa concorda pagar o valor total dividido em prestações. Em cada uma das parcelas, será aplicado um valor de juros e taxas.
Assim, na amortização de dívidas, é possível escolher uma forma de pagamento, conforme o contrato estabelecido no empréstimo ou financiamento. Essa é uma forma de aliviar o controle de gastos da empresa, evitando grandes prejuízos financeiros.
Assim, de maneira geral, a amortização considera:
- O valor emprestado pela instituição financeira;
- Os juros que serão comprados pelo empréstimo dos valores;
- Outros custos comuns, como custos de seguros, multas de atraso de parcela, operações do banco, etc.
É melhor antecipar parcelas ou amortizar saldo devedor?
A escolha de amortizar o saldo devedor ou antecipar as parcelas varia conforme a situação financeira e os objetivos da sua empresa. As duas opções têm vantagens próprias e cumprem determinadas funções na gestão de contas.
Avalie da seguinte forma:
- Amortizar o saldo devedor: neste caso, você reduz o saldo devedor final, diminuindo o valor total da dívida durante o prazo estabelecido.
- Amortizar as parcelas: com a amortização das parcelas, você diminui o prazo de quitação da dívida, sem alterar o valor do saldo devedor.
Quais são os tipos de amortização?
Atualmente, no sistema financeiro brasileiro, existem diversos tipos de amortização disponíveis. No entanto, cada banco pode definir quais são as opções que utilizarão em empréstimos e financiamentos.
Ainda que não haja necessariamente a antecipação dos valores das parcelas para evitar os juros e adiantar o tempo do crédito empresarial, ainda assim, os processos são guiados pelos tipos de amortização disponíveis. Conheça alguns dos principais tipos mais utilizados:
1. Sistema de Amortização Constante (SAC)
Neste tipo de amortização, como o próprio nome sugere, a amortização é constante: é a mesma em todas as parcelas. Assim, as primeiras parcelas que a empresa pagará serão maiores, já que contemplam um valor maior a ser pago, com maiores juros.
Nesse sistema, as parcelas diminuirão com o tempo, já que o montante diminui e os juros também. Assim, de maneira geral, é possível afirmar que esse tipo de amortização de dívidas cobra menos juros ao final do contrato.
E, no caso de antecipação de parcelas, há ainda mais diferença no montante final, com os juros incidindo cada vez em valores menores.
Exemplo de cálculo de amortização de financiamento imobiliário
O cálculo do SAC utiliza o saldo devedor do mês de cada parcela, descontando os valores de parcelas que já foram pagas. Por isso, ao escolher esse método, lembre-se que o cálculo deve ser repetido mês a mês, até o pagamento da última parcela.
Para exemplificar, suponhamos que sua empresa fez o financiamento de um imóvel no valor de R$ 200.000,00. O prazo de pagamento é de até 380 meses e a taxa de juros aplicada é de 0,73% ao mês.
Nesse caso, você deve utilizar essas fórmulas abaixo, conforme a sequência apresentada:
1º mês
Amortização = Valor Principal / Período
- Amortização = 200.000/380
- Amortização = R$ 526,31
Primeira Parcela = Amortização + Juros sobre o Valor Principal
- Primeira Parcela = R $526,31 + (0,73% X R $200.000,00)
- Primeira Parcela = R $1.966,31.
2º mês
Novo valor principal = Valor principal atual – Amortização da primeira parcela
- Novo valor principal = 200.000 – R$ 526,31
- Novo valor principal = 199.473,69
Segunda Parcela = Amortização + (Juros X Novo Valor Principal)
- Segunda Parcela = R$ 526,31 + (0,73% X (R$ 200.000,00 – R$ 526,31)
- Segunda Parcela = R$ 1.962,52.
E assim, sucessivamente, até a quitação total da dívida. Dessa forma, o valor da parcela diminuirá com o tempo.
2. Sistema Price (Sistema Francês)
Esse tipo de amortização de dívidas também é conhecido como Tabela PRICE, e prevê um valor fixo de parcelamento ao longo de todo o contrato. Ou seja, a no início do financiamento, a porcentagem de juros é maior do que a do valor devido — mas todos os meses, a parcela será a mesma.
No entanto, com o passar do tempo, o saldo devedor diminui e a amortização do valor devido em si começa a aumentar. Esse tipo é ideal para empresas que podem utilizar um valor fixo por mês, comprometendo um valor menor do orçamento ao longo do tempo.
Exemplo de cálculo de amortização de financiamento de veículos
Antes de aplicar esse método, é preciso conhecer o preço mensal da parcela e saber quanto desse valor é referente à amortização. Depois disso, haverão dados suficientes para montar sua Tabela Price.
Por exemplo, suponha que a dívida da sua empresa é de R$ 40.000,00, sendo paga em 8 prestações. Neste caso, considere os juros de 4% ao mês. Para essa conta, você utilizará as seguintes fórmulas, respectivamente:
Parcela mensal = SD x {[(1 + i) ^n] x i / [(1 + i)^n] – 1}
SD = Valor do empréstimo (saldo devedor inicial)
i = Taxa de juros mensal
n = Número total de meses
- Parcela mensal = 40.000 * {[(1+0,04)^8 *0,04] / [(1+0,04)^8 – 1]}
- Parcela mensal = 40.000 * {[1,37 * 0,04] / [1,37 -1]}
- Parcela mensal = 40.000 * {0,054/ 0,37}
- Parcela mensal = 40.000 * 0,148
- Parcela mensal = 2,960,56
Amortização = Parcela mensal – Juros
- Amortização = 2,960,56 – 800
- Amortização = 2,160,56 por mês
Na Tabela Price, conforme o pagamento das parcelas, a taxa de juros diminui, conforme o saldo devedor. Assim, o valor da amortização acaba aumentando. Lembre-se que, neste método, o saldo devedor diminui conforme a amortização.
A cada mês, será feito o seguinte cálculo:
- Juros = %juros * Saldo devedor
- Amortização = Juros – Parcelas
- Novo Saldo devedor = Saldo devedor atual – Amortização
E assim, respectivamente, até a quitação total.
3. Outros tipos comuns de amortização de dívidas
Os tipos de amortização acima são os mais comuns, principalmente em financiamentos imobiliários. No entanto, ainda é comum encontrar alguns outros tipos no mercado, que priorizam outros aspectos.
A empresa deve entender cada um deles e, assim, procurar instituições financeiras que ofereçam a possibilidade que melhor se adapta à organização empresarial. Citaremos alguns outros exemplos:
- Sistema de Amortização Crescente (SACRE): O SACRE é um sistema criado com a ideia de reduzir o valor da parcela de juros da dívida. Nesse sistema, as parcelas mensais iniciam com prestações mais altas e, a longo prazo, os valores vão diminuindo. O sistema mistura conceitos do Sistema de Amortização Constante e da Tabela Price.
- Sistema de pagamentos variáveis: este é um método no qual as parcelas podem variar ao longo do tempo. Aqui, o devedor paga valores conforme a sua condição e conforme o contrato acordado. Sua vantagem é a flexibilidade de pagamento.
- Amortização Extraordinária: os pagamentos adicionais são feitos em uma dívida além das parcelas regulares acordadas. Esses valores extras irão reduzir o saldo devedor, diminuindo o tempo de quitação da dívida. No entanto, é necessário usar um dos métodos ensinados acima junto com esse método (Tabela Price, SAC, SACRE, entre outros).
É importante ressaltar que existem diversos tipos de amortização de dívidas, além de outras formas de linhas de crédito que podem auxiliar uma empresa.
A melhor dependerá de diversas circunstâncias: momento da empresa, caixa, faturamento, possibilidade de obtenção de crédito, além de outros quesitos relativos à instituição financeira que a empresa mantém relações.
Agora que você já sabe o que é amortização de dívida, continue a leitura sobre o assunto, conheça também a Amortização de bens intangíveis, um recurso bastante útil para investimentos financeiros e empresas que visam o crescimento bastante.
