Gestão de cobranças

Aprenda como cobrar consulta jurídica: passos simples para precificar

Publicado em . Atualizado em
Por Jeferson Leandro Kortbein . Tempo de leitura: 8 mins
Advogados assinando papéis, enquanto exercem como cobrar por consulta jurídica.

Profissionais autônomos podem enfrentar resistência no processo de cobrança e pagamento de seus serviços. Para advogados, por exemplo, os problemas podem se apresentar desde a precificação, até o próprio recebimento dos valores. 

Os serviços jurídicos são variados e, a depender das necessidades, características de uma abordagem e grau de envolvimento, podem ser precificados de maneiras diferentes. Inclusive, muito se questiona, nesse quesito, a respeito das consultas jurídicas. 

Para expandir o conhecimento a respeito deste assunto, explicaremos, nas próximas linhas, se advogado pode precificar este serviço e como cobrar consulta jurídica. Veja!

O que é uma consulta jurídica?

As consultas jurídicas são serviços prestados pelos advogados a fim de orientar ou solucionar problemas trazidos por clientes. 

Assim, com base nas determinações jurídicas e legais, é dever do profissional orientá-los, visando chegar ao melhor resultado para os envolvidos, reduzindo impactos e possíveis problemas. 

Por meio da consulta jurídica, os clientes conseguem tomar decisões informadas, entendendo circunstâncias ou resoluções a respeito da questão levantada, seguindo as determinações constitucionais. 

Qual a diferença entre consulta, atendimento e assessoria jurídica?

Um advogado pode prestar seus serviços de diferentes formas. Por exemplo, em algumas situações, há o auxílio em questões pontuais, que direcionam o cidadão a um caminho mais simples para um problema

Porém, há outros casos que a atuação de um advogado pode ser mais demorada e estratégica, acarretando prestação serviços adicionais

Por isso, quando se fala da prática do direito, podem se elencar 3 tipos de trabalho: consulta, atendimento e assessoria. Veja as diferenças abaixo: 

  • Consulta jurídica: um cliente possui um problema e precisa de direcionamento para resolvê-lo. Envolve o repasse do máximo de conhecimento, para respaldar o cliente. Geralmente, trata-se de uma conversa verbal entre as partes.
  • Atendimento jurídico: levanta todas as questões do cliente para, posteriormente, criar uma proposta de serviço contínuo. As dúvidas não são esclarecidas em um primeiro momento, somente há uma coleta de um briefing. 
  • Assessoria jurídica: é um processo mais duradouro, em que o suporte jurídico ao cliente é mais assertivo. Pode ser permanente ou temporário, para a implementação de projetos, etc. Geralmente, é utilizada por empresas de grande porte que não possuem o departamento jurídico in-house. 

Leia mais: como fazer gestão financeira em escritório de advocacia

Diferenças de como cobrar consulta jurídica, atendimento e assessoria.

É preciso ter a OAB para dar uma consulta jurídica?

Todo advogado deve seguir a legislação prevista no Estatuto da Advocacia. Nesta nova versão da Lei (n.º 14.365/22), em seu primeiro artigo, declaram-se as atividades exclusivas a advogados, inclusive as de consultoria e assessoria. 

No Art. 5º, inciso 4º, discorre-se a respeito dessas atividades: 

As atividades de consultoria e assessoria jurídicas podem ser exercidas de modo verbal ou por escrito, a critério do advogado e do cliente, e independem de outorga de mandato ou de formalização por contrato de honorários.” (NR)

Assim, faz-se obrigatória a OAB regularizada para realizar esse tipo de atividade ou serviço. Advogados formados, mas sem a autorização da Ordem dos Advogados podem prestar auxílios com base nas leis, mas não podem assumir casos. 

Quando cobrar por uma consulta jurídica?

A cobrança das consultas é permitida e inclusive aconselhada pela OAB, salvo algumas exceções. 

As normativas, de maneira geral, declaram ser um direito/dever do advogado realizar a cobrança da consulta jurídica, visando manter-se a ética da profissão. 

No entanto, no ato da cobrança, é importante refletir: o auxílio demandará tempo, análises e processos demorados e trabalhosos? Se sim, é imprescindível cobrar.

Por outro lado, quando a consulta diz respeito a uma orientação mais simples, somente para responder à algumas perguntas do cliente, cabendo a decisão de cobrança ou não. Em caso negativo, o advogado atua de maneira pro bono

Segundo a Lei da Advocacia, ainda em sua primeira versão (nº. 8.906/94), o Art. 22 discorre a respeito da cobrança de honorários: 

 A prestação de serviço profissional assegura aos inscritos na OAB o direito aos honorários convencionados, aos fixados por arbitramento judicial e aos de sucumbência. 

Assim, a partir das normas da OAB e das decisões das seccionais, não cobrar por consulta jurídica não é tão simples. Afinal, pode ser entendido como uma quebra da ética profissional.

Como cobrar consulta jurídica?

Cada seccional da Ordem dos Advogados Brasileira fornece diretrizes a respeito das cobranças de honorários advocatícios. Isso quer dizer que a cobrança mínima sugerida em São Paulo será diferente no Rio de Janeiro, e assim sucessivamente. 

Além disso, é preciso analisar a situação específica do caso/cliente na hora de mensurar a cobrança, seja por clientes sem condições financeiras para o pagamento, ou até ao utilizar-se de estratégias para fechar contratos. 

No Código de Ética da OAB, é bastante claro que, independente do caso, a regra geral é não realizar uma cobrança aviltante dos honorários: 

Art. 41. O advogado deve evitar o aviltamento de valores dos serviços profissionais, não os fixando de forma irrisória ou inferior ao mínimo fixado pela Tabela de Honorários, salvo motivo plenamente justificável.

Ou seja, o aviltamento, conforme citado acima, evita que os advogados cobrem valores irrisórios para captar clientes, desmerecendo, assim, a prática profissional. 

Além disso, é dever cobrar o valor mínimo da Tabela de Honorários da respectiva seccional onde o serviço for realizado, conforme o Art. 48, parágrafo 6º do Código de Ética. 

A precificação de consultas jurídicas também dependerá de: experiência do profissional, complexidade do caso, toda a documentação envolvida, pesquisa de concorrência, entre outros fatores. 

Continue aprendendo: como funciona a contabilidade para advogado.

Estratégias para cobrança de consultas jurídicas

O processo de cobrança, além de estar sujeito à legislação da profissão, por si só, pode ser complicado. Afinal, advogados podem enfrentar resistência de possíveis clientes para o pagamento do serviço utilizado, principalmente por se tratar de um trabalho intelectual. 

O ideal é expor toda a situação para o cliente e manter a comunicação aberta. Ou seja, explicar quais passos serão feitos para justificar esta cobrança, deixando o cliente seguro sabendo tudo que realizado em seu caso

Como calcular honorários advocatícios

No entanto, para garantir que o cliente fechará o serviço, é possível utilizar de algumas estratégias: 

  • Descontar o valor da consulta dos honorários finais, caso o cliente feche o contrário em função desse contato inicial; 
  • Não cobrar o valor inicialmente, mas prever em contrato que este valor será incluído na cobrança dos honorários. 
  • Cobrar a consulta com o valor estipulado normalmente, antes mesmo de entender as necessidades do cliente, mas estando sujeito às negativas e dificuldades de inserção no mercado. 

De toda a maneira, sempre documente o motivo utilizado para determinada forma de cobrança, a fim de justificar para os órgãos competentes, caso necessário. 

Entenda melhor como calcular honorários advocatícios.

Qual a melhor forma de cobrar por consulta jurídica?

Além de seguir as determinações da OAB, com a ética da profissão, ainda é possível utilizar a tecnologia como aliada neste processo. 

Existem diversos softwares de cobrança disponíveis atualmente para profissionalizar negócios e torná-los mais simples e rápidos. 

Pelo Asaas, é possível cobrar de maneira avulsa ou recorrente. Para advogados que fecham contratos duradouros após a consulta, por exemplo, a cobrança recorrente pode ser uma forma bastante prática de receber os honorários. 

Para criar uma cobrança pelo Asaas, é bastante simples. Após criar uma conta na plataforma, é possível seguir de duas formas: por meio do perfil cliente ou de maneira avulsa, clicando em “Cobrar agora”, no Menu lateral do dashboard. 

Etapas do processo de cobrança.

Depois, basta configurar todas as opções: forma de pagamento, prazo, condições (juros, multa, desconto por pagamento em dia, etc.), quantidade de parcelas, etc. 

Também está disponível a configuração das notificações de cobrança, que podem ser realizadas antes, no dia e após o vencimento. 

Para tornar o processo de como cobrar consulta jurídica mais eficiente, comece agora a utilizar a régua de cobranças personalizável do Asaas. Crie sua conta e usufrua!

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Diretor de Operações Financeiras e Tesouraria do Asaas. Formado em Administração de empresas pela Univille e pós-graduado em Gestão financeira pela FGV, possui mais de 23 anos de experiência no mercado financeiro. Consolidou sua carreira no Bradesco, atuando, por mais de 12 anos, como gerente de negócios.

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