Se você quer entender, de forma prática e sem enrolação, como usar fusão e aquisição de empresas para crescer com consistência, este conteúdo é para você.
Sou CRO do Asaas e venho acompanhando os movimentos de M&A no mercado tech nos últimos anos. Vi de perto como esse tipo de estratégia pode acelerar negócios, abrir mercados e fortalecer operações que já estavam prontas para dar um salto.
Mas, se você ainda acha que M&A é só para grandes empresas, minha missão é te mostrar que não. Aqui, vou explicar como a fusão ou aquisição pode acelerar o crescimento do seu negócio e como se preparar para isso com segurança. Vamos juntos?
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Qual é o cenário das fusões e aquisições no Brasil?
Provavelmente, você chegou até aqui porque quer crescer sua empresa, mas sente que o caminho tradicional, baseado apenas em capital próprio, está lento ou arriscado demais.
Se a resposta for sim, você não está sozinho nessa. Esse cenário é mais comum do que você imagina. Talvez esteja na hora de considerar uma nova rota: a fusão e aquisição de empresas.
Nos últimos anos, acompanhei de perto esse movimento aqui no Asaas e também em empresas do ecossistema tech. O que vi foi um mercado que amadureceu rápido.
Só em 2024, o setor de tecnologia movimentou mais de R$ 26 bilhões, segundo um levantamento da FZF Capital.
Isso foi impulsionado por aquisições como a da ClearSale pela Serasa Experian e da Ahgora pela Dimensa, joint venture da TOTVS.
Em 2025, 40% do volume foi puxado por setores como energia, infraestrutura e bens de consumo, segundo dados da Zaxo M&A Partners.
Na prática, isso significa que mais empresas estão deixando de crescer sozinhas e buscando estratégias mais inteligentes de expansão.
E o mercado está pronto para isso. Em uma conversa que tive com Guilherme Tossulino, sócio da Questum, no Asaas Talks, ele destacou que:
“O mercado tem ganhado maturidade. Estamos vendo mais empresas com capacidade de fazer aquisições e outras se preparando melhor para serem vendidas.”
Se o mercado está amadurecendo e as oportunidades estão na mesa, o próximo passo é entender se esse movimento realmente faz sentido para o seu negócio.
Afinal, nem toda empresa está no momento certo ou precisa de uma fusão ou aquisição. Então, quando vale a pena considerar um M&A como estratégia de crescimento? É o que vamos ver agora.
Quando vale a pena considerar uma fusão ou aquisição?
Muita gente ainda enxerga o M&A como uma estratégia distante, reservada apenas a negócios altamente consolidados.
Mas a verdade é que esse tipo de operação pode fazer sentido muito antes disso. Já vi casos em que esse foi o movimento necessário para acelerar o crescimento com menos riscos:
- Empresas em estágio intermediário podem usar o M&A como caminho mais curto para entrar em novos mercados. Existem negócios que, em vez de tentarem entrar sozinhos em um novo mercado, optaram por adquirir uma operação já ativa (com equipe, base de clientes e processos prontos);
- O M&A é uma estratégia poderosa para acessar setores mais regulados, onde começar do zero seria demorado ou custoso demais. Esse tipo de movimento é comum em segmentos como fintechs e saúde. Já vi casos bem-sucedidos por aqui;
- A fusão ou aquisição pode ser uma resposta estratégica à busca por escala. Eu vejo muito esse exemplo na prática: duas empresas se unem com inteligência, conseguem diluir custos, ganhar vantagem competitiva e aumentar a margem em poucos meses.
Eu falo isso com propriedade porque passei pela M&A. Fui fundador da Code Money, uma fintech adquirida pelo Asaas. Com a aquisição, a atuação do Asaas foi beneficiada com o aumento na eficiência operacional por meio de fluxos automatizados.
Por outro lado, já vi empresas que se precipitaram por impulso e acabaram travadas em processos mal estruturados ou desalinhados com a cultura do negócio.
Antes de seguir por esse caminho, vale se perguntar:
- Essa movimentação está alinhada com a visão de longo prazo da empresa?
- Há sinergia real entre as operações?
- Há estrutura para sustentar uma integração sem comprometer a operação atual?
Aqui no Asaas, toda aquisição começa com um diagnóstico interno. É o que vou te ensinar nos próximos tópicos.
Fusão ou aquisição: qual a ideal para o meu negócio?
Essa é uma das perguntas mais comuns quando falamos de M&A. E, embora pareçam semelhantes à primeira vista, fusão e aquisição são estratégias bem diferentes e com impactos distintos na estrutura e no dia a dia da empresa. De forma prática:
- A aquisição acontece quando uma empresa compra outra e assume o controle. É o que o mercado chama de buyout. A empresa adquirida continua operando com sua marca ou é incorporada à estrutura da compradora. É comum quando há disparidade de porte ou quando uma das partes quer manter o controle centralizado;
- Já a fusão é mais comum quando duas empresas de tamanhos semelhantes decidem unir forças, formando uma nova estrutura societária. Nesse caso, ambas abrem mão das suas posições individuais para construir algo novo, com um CNPJ unificado, gestão compartilhada e uma cultura em comum.
No Asaas, já observei os dois caminhos de perto. Por exemplo, a Code Money, que falei anteriormente, foi uma aquisição da empresa. Também já vi muito os dois cenários acontecerem com clientes e parceiros.
Em alguns casos, vimos aquisições que funcionaram como uma extensão natural da operação, aproveitando o know-how e a base instalada da empresa comprada.
Em outros, a fusão foi o movimento certo para unir forças e ganhar relevância em um setor extremamente competitivo.
O mais importante é entender o momento da empresa e o nível de controle que você está disposto a ceder ou compartilhar.
Se o objetivo é manter a liderança e incorporar uma estrutura já existente, a aquisição tende a ser o melhor caminho. Mas se há abertura para dividir decisões e construir uma nova governança em conjunto, a fusão pode ser mais estratégica.
Em qualquer uma das opções, o sucesso depende de um passo a passo bem-sucedido que vou te explicar no próximo tópico.
Quais são as etapas do processo de fusão e aquisição?
Ao contrário do que muitos imaginam, o processo de fusão e aquisição não começa com uma proposta formal e não termina na assinatura do contrato.
M&A é uma jornada estratégica que exige preparo, análise e muito alinhamento. Por ter acompanhando esse processo de diferentes perspectivas, posso afirmar: o sucesso de uma operação está na forma como cada etapa é conduzida.
Vou te mostrar, na prática, como esse método funciona:
1. O diagnóstico vem antes do movimento
Antes de pensar em qualquer proposta, o primeiro passo é olhar para dentro. É aqui que a empresa define por que está considerando uma fusão ou aquisição:
- A empresa quer crescer?
- Diversificar?
- Entrar em um novo mercado?
Recomendo que cada movimento de M&A comece com um diagnóstico estruturado. Reúna lideranças, trace um raio-x da operação atual e avalie como uma aquisição poderia somar à estratégia.
Empresas que pulam essa etapa acabam avançando em negociações com parceiros que não têm sinergia real, o que pode gerar frustrações e retrabalho no futuro.
Se a resposta ainda não estiver clara, talvez o melhor caminho seja esperar ou buscar outras formas de crescimento, como parcerias estratégicas, joint ventures ou até o fortalecimento da base atual.
2. Encontre o parceiro de negócio certo
Com o objetivo bem definido, chega o momento de identificar possíveis parceiros de negócio. E aqui, quantidade não significa qualidade.
O ideal é focar em empresas que façam sentido estratégico e estejam em estágio de maturidade compatível.
Esse mapeamento pode ser feito por meio de consultorias especializadas em M&A ou com apoio de investidores que já conhecem o mercado. Eventos, fóruns setoriais e plataformas, como LinkedIn e Crunchbase, também ajudam muito se você está começando.
Saiba mais como encontrar investidores.
No Asaas, mantemos um mapeamento ativo de empresas do ecossistema financeiro e de tecnologia que possam gerar sinergia com nosso negócio, seja por complementaridade de produto, base de clientes ou presença geográfica.
Se você está em fase de estruturação, comece simples: liste players que admira, analise o modelo de negócio deles, veja onde pode haver encaixe e inicie conversas exploratórias.
3. Alinhe as expectativas de valuation e negociação desde o início
Negociar não é só falar de preço. É alinhar expectativas, visões de futuro, e entender os riscos e ativos intangíveis que cada lado traz.
O valuation de uma empresa envolve projeções, histórico de resultados, valor da marca, base de clientes e, principalmente, o potencial de crescimento. E o ponto de vista de quem vende nem sempre é o mesmo de quem compra.
No Asaas, temos uma abordagem prática. Cruzamos dados financeiros com análises qualitativas e usamos benchmarks do setor para projetar um valuation que seja justo para os dois lados.
Isso nos permite ter conversas mais objetivas e realistas desde o começo, sem criar expectativas que não se sustentam ao longo da due diligence.
Se você está conduzindo esse processo pela primeira vez, novamente meu conselho é: conte com apoio especializado, seja de um advisor, investidor ou consultoria.
Aqui falo um pouco sobre como preparar seu negócio para compra e venda de empresas.
4. Due diligence é a radiografia do negócio
A due diligence revela a real situação da empresa:
- Contratos;
- Dívidas;
- Tributos;
- Processos trabalhistas;
- Obrigações regulatórias;
- Qualidade dos dados financeiros;
- Entre outros pontos sensíveis.
Já vi negociações promissoras travarem nessa etapa por falta de organização ou inconsistências básicas, como contratos sem assinatura ou dados financeiros sem conciliação.
No Asaas, aprendemos que a melhor forma de passar por essa etapa com segurança é ter previsibilidade de receita e controle.
Por isso, usamos nossos próprios recursos, como os relatórios financeiros automatizados, para manter tudo organizado e pronto para uma auditoria a qualquer momento.
Se você ainda não conhece o Asaas, somos uma plataforma operacional para negócios, com soluções completas para gestão financeira empresarial. Veja mais sobre o que é o Asaas.
E lembre-se: se você pensa em se preparar para uma fusão ou aquisição no futuro, comece estruturando sua casa a partir de agora.
5. O contrato não é fim, é transição
Depois que tudo está validado e negociado, chega o momento de formalizar o contrato. É aqui que as condições finais são acordadas:
- Valor da operação;
- Forma de pagamento;
- Prazos;
- Cláusulas de earn-out;
- Responsabilidades;
- Eventuais ajustes pós-deal.
Esse é um momento técnico, mas também emocional. É comum que sócios fiquem receosos ou animados demais, já vi isso de perto. Ter um time jurídico e financeiro experiente ajuda a manter o equilíbrio e garantir que o contrato represente bem o que foi negociado.
6. Integração pós-M&A: onde tudo realmente acontece
Integrar duas empresas vai muito além de juntar CNPJs. É sobre unir culturas, processos, tecnologias e, principalmente, pessoas. E essa é, sem dúvida, a etapa mais desafiadora de toda operação de M&A.
Aqui no Asaas, vivemos esse processo de perto. Mesmo com planejamento e playbook bem definidos, cada integração nos mostrou algo diferente. O que funciona para uma empresa pode não funcionar para outra.
Por isso, adotamos um modelo de escuta ativa, comunicação clara e acompanhamento próximo com as lideranças envolvidas.
Não se assuste no início. A integração não acontece da noite para o dia. Pode levar meses, às vezes anos. É nesse período que a sinergia entre as empresas realmente se comprova.
Como preparar sua empresa para uma M&A bem-sucedida?
Chegamos ao fim, e se você acompanhou até aqui, já tem um bom mapa para preparar sua empresa para uma fusão ou aquisição.
Além disso, entendeu que o processo de M&A não é um movimento impulsivo, mas uma construção. E essa construção começa muito antes da primeira conversa com um comprador ou investidor.
Afinal, as empresas mais atrativas são aquelas com casa organizada e uma organização financeira sólida.
Por isso, se você não sabe por onde começar, minha sugestão é começar pelo financeiro.
Existem várias ferramentas no mercado, mas sem conhecer seu negócio, não faria sentido indicar qualquer uma. Por isso, vou falar da solução que conheço de verdade e que serve para qualquer empresa, independentemente do tamanho ou setor: o Asaas.
A plataforma vai te ajudar a ter um fluxo de caixa transparente e relatórios prontos para mostrar que sua empresa está madura para entrar em um processo de fusão e aquisição.
Quer testar sem custo e sem burocracia? Crie sua conta digital Asaas agora mesmo e comece a estruturar sua empresa para o processo de M&A.