Segundo o IBGE, 48% dos negócios fecham as portas por falta de planejamento e gestão financeira. Para contornar esse cenário e garantir a saúde empresarial, é preciso saber como calcular margem de lucro corretamente.
Dominar esse cálculo com precisão auxilia a tomar decisões mais assertivas, além de viabilizar a definição de preços competitivos e o ajuste nas estratégias de crescimento.
Continue lendo para aprender o passo a passo de como calcular a margem de lucro da forma certa e como utilizá-la para impulsionar o sucesso do negócio.
O que é margem de lucro?
A margem de lucro é um indicador financeiro que mede a rentabilidade de uma empresa, mostrando a porcentagem do lucro obtido em relação à receita total gerada.
Ela serve para avaliar o desempenho financeiro, permitindo entender quanto das vendas realmente se converte em lucro após o pagamento dos custos e despesas.
Vale ressaltar que, uma margem de lucro alta nem sempre significa um grande volume de vendas, assim como o oposto. Além disso, existem dois tipos: margem de lucro bruta e margem de lucro líquida.
Qual a diferença entre margem de lucro líquida e margem de lucro bruta?
A diferença entre a margem de lucro líquida e a margem de lucro bruta, está nos tipos de custos e despesas que cada uma considera ao calcular a rentabilidade de uma empresa.
A margem de lucro bruta foca no valor obtido após deduzir apenas os custos diretos de produção dos produtos ou serviços vendidos. Esses incluem matérias-primas, mão de obra direta e outros diretamente relacionados à fabricação ou aquisição dos produtos.
Isso significa que ela não reflete o lucro total do empreendedor, pois ainda há despesas adicionais que não foram contabilizadas.
Por outro lado, a margem de lucro líquida mostra o lucro final da empresa após a dedução de todos os custos e despesas, como operacionais (salários, aluguel, marketing), impostos, juros sobre dívidas, entre outros.
Portanto, esse indicador reflete o que efetivamente “sobra” no caixa após todas as deduções, fornecendo uma visão mais completa da rentabilidade do negócio.
Qual é a importância de calcular a margem de lucro corretamente?
Calcular a margem de lucro corretamente é crucial para garantir o sucesso e sustentabilidade do negócio.
Esse indicador de desempenho financeiro permite que a empresa avalie sua rentabilidade ao revelar quanto da receita gerada se converte em lucro. Esse dado auxilia a identificar se o negócio está lucrativo ou operando no vermelho.
Além disso, proporciona diversos outros benefícios:
- Preços competitivos: garante que os produtos ou serviços cubram todos os custos e gerem lucros, sem afastar os clientes;
- Processo de tomada de decisão estratégico: facilita decisões em relação à cortes de despesas, novos investimentos ou estratégias de expansão;
- Melhora da gestão financeira: identifica possíveis áreas onde os custos podem ser elevados e onde implementar ajustes para melhorar a rentabilidade;
- Melhora na relação com investidores/credores: o indicador de margem de lucro é utilizado para avaliar a saúde financeira empresarial antes de investir ou conceder crédito;
- Plano de crescimento: permite que a empresa desenvolva estratégias de longo prazo com base em dados reais e consistentes.
Qual a margem de lucro permitida por lei?
No Brasil, a legislação não estabelece um limite fixo para a margem de lucro das empresas. Cada uma tem a liberdade de definir sua margem de acordo com seus custos, estratégias de precificação e condições de mercado.
No entanto, é importante que o lucro praticado não seja abusivo. Essa recomendação é especialmente destinada a setores essenciais ou regulados, como combustíveis, medicamentos, e tarifas de serviços públicos. Nesses casos, há maior controle por parte de órgãos reguladores.
A prática de preços excessivamente altos, sem justificativa clara de custos, pode ser enquadrada como abuso econômico ou prática abusiva pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC).
A Lei n.º 12.529/2011, que rege a defesa da concorrência no Brasil, proíbe o abuso de poder econômico. Uma dessas práticas é a oferta de preços excessivos que prejudicam o consumidor ou a concorrência.
Em setores regulados, como saúde e energia, existem margens de lucro controladas ou regulamentadas pelas agências reguladoras específicas, como a ANEEL (energia elétrica) e ANS (planos de saúde).
Como calcular margem de lucro mensal?
Para calcular a margem de lucro mensal de forma precisa, é essencial primeiro determinar o lucro obtido no mês, que pode ser bruto ou líquido.
Confira abaixo os dois cenários e quais fórmulas devem ser utilizadas:
Cálculo de margem de lucro bruta
Para fazer o cálculo de lucro bruto, utilize a seguinte fórmula:
Lucro Bruto = Receita de Vendas – Despesas de produção
Imagine, por exemplo, que um MEI ganhou R$ 3.000,00 em um mês e a produção custou R$ 1.200,00. Assim, o lucro bruto é de R$ 1.800,00.
A margem de lucro, por sua vez, é uma relação entre o lucro – líquido ou bruto – e a receita de vendas. Com isso, a margem de lucro bruto é dada por:
Margem de Lucro Bruto = Lucro Bruto / Receita de vendas x 100%
No caso desse exemplo, a margem de lucro bruta seria de 60%.
Cálculo de margem de lucro líquida
Para fazer o cálculo de lucro líquido, utilize a seguinte fórmula:
Lucro Líquido = Receita de Vendas – Despesas de produção – Despesas fixas – Despesas variáveis
O lucro líquido também pode ser dado pela equação:
Lucro Líquido = Lucro Bruto – Despesas fixas – Despesas variáveis
Imagine que, além dos R$ 1200 de produção, o empreendedor teve R$ 200,00 de despesas variáveis e um gasto de R$ 600,00 com despesas fixas. Dessa forma, o lucro líquido dele é de R$ 1.000,00.
Para calcular a margem de lucro líquido, siga a seguinte fórmula:
Margem de Lucro Líquido = Lucro Líquido / Receita de vendas x 100%
A margem de lucro líquido nesse caso, portanto, é de aproximadamente 33%.
Qual a margem de lucro ideal para empresas?
A margem de lucro ideal para empresas pode variar bastante, dependendo do setor de atuação, modelo de negócios e outros fatores.
Em geral, as indústrias costumam ter margens de lucro mais baixas, de 8% a 12%. Já empresas de comércio e varejo podem atingir entre 15% e 20%. Empresas de serviços e setores especializados podem atingir margens maiores, entre 20% e 30%.
Negócios que demandam alto investimento inicial ou possuem custos fixos elevados tendem a ter margens mais apertadas.
Apesar dessas variações, é importante que a margem de lucro seja suficiente para cobrir todas as despesas, gerar retorno sobre o investimento (ROI) e permitir o crescimento sustentável.
Em resumo, uma margem de lucro considerada ideal deve garantir competitividade sem comprometer a saúde financeira da empresa.
5 dicas para estabelecer a margem de lucro ideal
Alcançar a margem de lucro ideal envolve mais do que apenas definir um percentual de lucro sobre o preço de venda.
É preciso entender profundamente os custos envolvidos, analisar o mercado e alinhar a margem aos objetivos financeiros da empresa.
Por isso, confira agora dicas essenciais que ajudarão a estabelecer uma margem de lucro adequada para o negócio e manter a competitividade no mercado:
1. Planeje custos e despesas empresariais
O primeiro passo para estabelecer uma margem de lucro ideal é ter uma compreensão completa dos custos envolvidos na operação do negócio. Isso inclui os custos diretos, como matéria-prima e produção, e os custos indiretos, como aluguel, salários e despesas administrativas.
Ter uma visão clara de todos os custos fixos e custos variáveis ajuda a garantir que a margem de lucro cubra essas despesas e, ao mesmo tempo, permita a obtenção de lucro.
Negligenciar qualquer custo pode resultar em uma margem incorreta, podendo prejudicar a lucratividade e o crescimento da empresa. Por isso, é fundamental acompanhar e revisar esses custos regularmente.
2. Faça uma análise do mercado
Para definir uma margem de lucro competitiva, é crucial entender o mercado. Busque analisar:
- Comportamento do consumidor;
- Demanda pelos produtos ou serviços;
- Preços praticados pelos concorrentes.
Se a margem for muito baixa, o lucro pode acabar sendo sacrificado. Em contrapartida, uma margem muito alta pode afastar clientes em um mercado altamente competitivo.
Por isso, faça uma análise de benchmark para comparar a estrutura de custos e precificação com a de empresas similares. Essa análise ajudará a encontrar um equilíbrio entre ter vantagem competitiva e garantir uma margem saudável.
3. Alinhe a margem de lucro aos objetivos financeiros da empresa
A margem de lucro também deve estar diretamente ligada aos objetivos de negócio, sejam eles crescimento, reinvestimento ou geração de caixa para investidores.
Se o objetivo é expandir, pode ser necessário adotar uma margem menor inicialmente, para aumentar o volume de vendas e conquistar mercado.
No entanto, se a meta for a maximização de lucro, uma margem maior pode ser o caminho, desde que os preços continuem atraentes para os consumidores.
Definir metas financeiras claras ajuda a ter uma margem de lucro sustentável, que atende tanto às necessidades operacionais quanto aos planos da empresa.
Sempre que as metas mudarem, é importante reavaliar a margem e ajustá-la conforme necessário para acompanhar essa evolução.
4. Ajuste a margem de lucro conforme a demanda sazonal
A demanda pelo produto ou serviço pode variar ao longo do tempo, e a margem de lucro deve ser flexível o suficiente para acompanhar essas flutuações.
Em momentos de alta demanda, é possível aumentar os preços e, consequentemente, a margem de lucro, aproveitando a oportunidade de maximizar os ganhos.
Por outro lado, em períodos de baixa demanda ou em cenários de maior concorrência, reduzir a margem de lucro pode ser necessário para manter a competitividade e evitar a perda de vendas.
5. Tenha uma conta PJ
Por fim, ter uma conta PJ é uma estratégia fundamental para obter maior controle sobre as finanças.
Essa separação entre as finanças pessoais e empresariais facilita o acompanhamento detalhado das despesas e receitas, permitindo uma análise mais precisa dos custos operacionais.
Além disso, muitas contas PJ oferecem ferramentas e serviços financeiros que podem ajudar na gestão do fluxo de caixa, como a automação de pagamentos e recebíveis. Isso não só economiza tempo, mas também reduz o risco de erros financeiros, que podem impactar a lucratividade.
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