Gestão de Negócios

Ciclo PDCA: o que é, como funciona e quais as etapas

Publicado em . Atualizado em
Por Piero Contezini . Tempo de leitura: 11 mins
Equipe do Asaas, desenvolvendo o ciclo PDCA.

O Ciclo PDCA, também chamado de ciclo de Shewart ou de Deming, foi criado em 1930, por Walter Shewhart. Tornou-se uma metodologia muito eficaz para o gerenciamento de empresas. 

Nesta técnica, são identificados pontos de melhoria e oportunidade de aprimoramento. Por isso, saber implementar a técnica é importante para a estabilidade do empreendimento, buscando a melhoria contínua das operações e organização do negócio.

Nas próximas linhas, apresentaremos o que é o ciclo PDCA, suas etapas e exemplos de como implementá-lo. Continue lendo para entender!

O que é o ciclo PDCA?

O ciclo PDCA é uma abordagem para acompanhar continuamente os processos em uma organização. Ele consiste em quatro fases: Planejar (Plan), Executar (Do), Verificar (Check) e Agir (Act). 

A ideia é que esta seja uma análise constante e orgânica, buscando a melhoria contínua da empresa e a solução de problemas em processos internos

O processo acontece por meio de uma sequência lógica a respeito dos acontecimentos internos, focando na causa dos problemas, permitindo um processo de tomada de decisões mais assertivo para todas as áreas da empresa. 

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Esta metodologia entende que qualquer planejamento pode ser alterado, dependendo da necessidade da empresa. E, por isso, o PDCA deve ser sempre repetido, buscando um ciclo constante de melhorias. 

Fluxo PDCA.

Quais são as 4 etapas do ciclo PDCA?

O ciclo PDCA é constituído por 4 etapas: Plan (Planejar), Do (Executar), Check (Verificar) e Do (Ação).

Cada parte deste processo terá uma série de fases para implementação e sucesso da metodologia. No entanto, de maneira geral, cada uma das etapas corresponde a: 

  • Plan (planejar): momento em que se identifica o problema, com o estabelecimento de metas específicas e elaboração de um plano de ação com recursos e estratégias para superar os problemas encontrados.
  • Do (executar): nesta etapa, o planejamento da fase anterior entra em prática. Nela, há a implementação das ações delineadas, coletando os dados e compartilhando as atividades com a equipe, para que todos possam seguir com o plano.
  • Check (verificar): partindo dos primeiros resultados, essa fase serve para entender se as atividades cumprem as metas almejadas. Aqui, são analisadas as atividades, identificando as que estão sendo positivas ou negativas.
  • Act (ação): implementação das ações corretivas e preventivas com base nas conclusões da etapa anterior. Neste caso, os problemas são corrigidos e o plano é ajustado. Ao final, o ciclo reinicia, buscando melhorias contínuas na empresa.

Quais os benefícios do ciclo PDCA?

O ciclo PDCA é um processo cíclico e iterativo, o que significa que após a fase “Act”, o ciclo se reinicia na fase “Plan”, e o processo de melhoria contínua é retomado. A cada ciclo, o processo é aprimorado e otimizado, e novos objetivos e metas são estabelecidos.

O ciclo PDCA é uma ferramenta poderosa para promover a melhoria contínua e a eficiência organizacional. Ele pode ser aplicado em diversas áreas e em diferentes níveis da organização, desde processos operacionais até a gestão de negócios estratégica.

E, por isso, sua aplicação traz diversos benefícios para a empresa: 

  • Melhoria contínua: atua nos processos, produtos e serviços, garantindo que a organização esteja sempre evoluindo e se adaptando às mudanças do mercado.
  • Eficiência e produtividade: ao otimizar os processos e eliminar desperdícios, o ciclo PDCA contribui para aumentar a eficiência e a produtividade da organização.
  • Redução de custos: a melhoria dos processos e a eliminação de desperdícios podem levar à redução de custos operacionais e ao aumento da lucratividade.
  • Engajamento dos colaboradores: incentiva a participação e o engajamento dos colaboradores no processo de melhoria, o que pode aumentar a motivação e o comprometimento com os resultados.
  • Cultura de inovação: a busca constante por melhorias e a experimentação de novas soluções podem fomentar uma cultura de inovação na organização.

Como funciona o Ciclo PDCA?

Elaborar o ciclo PDCA pode ser uma tarefa um pouco confusa. Afinal, são etapas que se repetem constantemente e, se não forem planejadas visando a eficiência, podem gerar resultados imprecisos.

Antes de iniciar o ciclo PDCA, é importante estabelecer indicadores de desempenho relevantes para a empresa, a fim de medir o sucesso em cada etapa. Esses indicadores podem incluir métricas de eficiência, taxas de sucesso das ações e dados quantitativos dos processos.

A clareza na definição desses indicadores proporciona uma base objetiva para avaliar o progresso e orienta as decisões ao longo do ciclo.

Veja como funcionam cada uma das etapas do ciclo PDCA: 

1. Etapa de planejamento

O planejamento é fundamental para a organização das soluções engajadas pela empresa. Por isso, é essencial que as equipes dediquem tempo e esforço nesta atividade. 

Comece identificando as áreas que precisam ser melhoradas ou que estão trazendo ótimos resultados. Isso significa que a busca pode ser por um problema existente ou uma oportunidade de crescimento para a empresa. 

Após identificar o objetivo da análise, defina metas específicas e mensuráveis que deseja alcançar. Essas metas ajudarão a direcionar todo o processo de melhoria, considerando o prazo e objetivo e os resultados esperados.

Na fase de planejamento, ainda, é traçado um plano de ação. Neste plano, existem diferentes recursos que podem ser utilizados para alcançar o objetivo. Abaixo, veja quais ferramentas para empreendedores podem ser utilizadas para análise e definição das causas:

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Análise de Pareto

O Princípio de Pareto sugere que 80% das consequências vêm de 20% das causas. Essa ferramenta permite identificar e focar nas causas mais significativas de um problema.

Neste caso, a ferramenta organiza dados em um gráfico de barras, destacando as causas mais impactantes em ordem decrescente. Para utilizá-lo, siga os passos a seguir: 

Passo 1: identifique os problemas

Liste todos os problemas enfrentados pela empresa, suas possíveis causas e a frequência com que cada um deles aparecem e os organize em ordem decrescente.

  • Atraso na entrega (50)
  • Problemas no estoque (45)
  • Falha no atendimento (25)

Passo 2: calcule o percentual de impacto 

Calcule a frequência dos problemas para chegar em uma porcentagem. Isso ajudará a entender o quanto cada tópico impacta na empresa. Para isso, use a fórmula: 

(nº de frequência individual / (soma da frequência de todos os problemas)) * 100

Ex: Atraso na entrega

(50/ (50+45*25)) * 100 = 41,66%

Gráfico de barras da análise de pareto.

Diagrama de Árvore

O Diagrama de Árvore, ou Mapa Mental, é uma ferramenta que ajuda a visualizar as relações entre diferentes elementos de um problema. 

A estrutura de árvore facilita a decomposição do problema em partes menores, tornando-o mais compreensível.

Imagem explicativa do diagrama da árvore.

Diagrama de Causa e Efeito

Também conhecido como Diagrama de Ishikawa, é uma representação que ajuda a identificar todas as possíveis causas de um problema específico.

Geralmente, são utilizadas as categorias: materiais, métodos, mão-de-obra, matéria-prima, ambiente e medida. Porém, nem sempre o problema estará em todas elas.

Diagrama de causa e efeito.

Brainstorming

O brainstorming é uma técnica de geração de ideias que encoraja a expressão livre e criativa de pensamentos por parte de um grupo. Aqui, os participantes contribuem com ideias sem restrições, promovendo a criação de soluções inovadoras para problemas.

Essas ideias são anotadas e, depois, analisadas novamente, promovendo a escolha entre seus colaboradores.

Matriz Priorização

Também é possível utilizar a Matriz de Priorização para avaliar e classificar os problemas com base em critérios específicos. 

Assim, é preciso atribuir pesos aos critérios relevantes e classificar as opções, conforme a tabela abaixo. Isso trará uma visão mais ampla do problema e o que deve tem mais urgência na execução, por exemplo

Matriz de priorização.

2. Etapa de execução

A etapa de execução é onde fazemos a coleta de dados e informações envolvidas no processo de planejamento. Além de agregar uma visão ampla do progresso alcançado, esses dados ajudam a entender o real cenário da empresa.

Com os dados em mãos, defina quais ações serão realizadas. Assegure-se de que todas as etapas estejam sendo executadas conforme o cronograma estabelecido, reforçando a importância da precisão na implementação.

Pode-se dividir esta etapa em 3 passos: 

  • Treinamento de funcionários e pessoal responsável pelo projeto;
  • Execução em si;
  • Coleta de dados para a avaliação posterior. 

3. Etapa de checagem

Nesta fase, é onde se comparam os resultados alcançados com as metas estabelecidas durante a etapa de planejamento. Essa análise é fundamental para determinar se as mudanças implementadas estão, de fato, conduzindo à melhoria desejada.

Conduza uma análise meticulosa para confirmar a eficácia das ações realizadas. Caso haja desvios entre os resultados reais e as metas estabelecidas, identifique os passos que não estão seguindo conforme o planejado e faça os devidos ajustes.

4. Etapa de ação

Por fim, é o momento de agir. Caso tenham ocorrido falhas ao longo dos processos anteriores, esta etapa é oportuna para implementar correções que otimizem as etapas de execução do plano.

Para isso, é preciso realizar uma revisão minuciosa das atividades já executadas e do planejamento inicial. Faça ajustes no plano de ação conforme necessário, incorporando sabiamente as lições aprendidas ao longo do processo. 

Esse aprimoramento contínuo é essencial para adaptar estratégias de maneira flexível e alinhá-las aos objetivos estabelecidos.

Além disso, também é momento de reforçar as práticas que foram bem-sucedidas. Isso ajuda a consolidar melhorias e a criar uma base sólida para o próximo ciclo. Dessa forma, é possível fazer melhores escolhas nos próximos planejamentos.

Exemplo de ciclo PDCA

Todo o processo de implementação do ciclo PDCA fica mais claro com um exemplo prático. Em um ambiente organizacional, é possível utilizá-lo em diversas situações e equipes – afinal, do planejamento à execução, diversos são os projetos que podem se beneficiar. 

Um exemplo disso pode ser observado na abertura de uma empresa de consultoria, que tem enfretado problemas com a demora nas respostas aos clientes. Ao receber feedbacks indicando insatisfação quanto ao tempo de resposta, a gestão decide implementar o PDCA para otimizar o atendimento.

Assim, o processo seguirá da seguinte forma: 

  • Planejamento: realização de análise detalhada do processo atual de atendimento, identificando os principais gargalos que causam a demora. A partir dessa análise, será desenvolvido um plano de ação que inclui a implementação de um sistema de tickets, que ajudará a organizar e priorizar as solicitações. 
  • Execução: início da utilização do sistema de tickets e treinamento da equipe de atendimento conforme o previsto. O tempo de resposta em cada etapa do atendimento começa a ser monitorado, para identificar melhorias no fluxo de trabalho.
  • Verificação: após um período de aplicação das mudanças, como três meses, a empresa analisa se o tempo médio de resposta foi efetivamente reduzido. Nessa etapa, os resultados são comparados com o objetivo inicial de responder às solicitações em menos de 24 horas.
  • Ação: ajustes finais são feitos com base nos resultados obtidos. Se os objetivos forem alcançados e os resultados forem satisfatórios, a empresa padroniza as novas práticas adotadas. Caso não, o planejamento é revisado para novas melhorias, repetindo o processo PDCA. 

Aplicando as etapas, diversos insights são coletados ao longo do processo, independente do resultado ter sido alcançado na primeira tentativa ou não. Assim, o ciclo PDCA está em constante mudança, buscando mudanças em cada etapa do processo.  

Para aprimorar os resultados da empresa, continue a leitura em O que é planejamento empresarial

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Escrito por

Piero Contezini

Executive Chairman no Asaas. É graduado em Gestão Financeira pela Unisul e pós-graduado em Gestão de Produtos e Serviços pela FGV. Começou a programar aos 12 anos. Em 2008, fundou — junto com o irmão, Diego — a Informant, uma fábrica de software que mais tarde originaria o Asaas, uma das fintechs mais promissoras da América Latina.

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