Gestão empresarial e comercial

Veja se o novo CNPJ alfanumérico vai interferir na sua empresa

Publicado em . Atualizado em
Por Piero Contezini . Tempo de leitura: 12 mins
Empreendedores estudando mudanças internas após a implementação do CNPJ alfanumérico.

Segundo o Mapa das Empresas, do Governo Federal, no 2º quadrimestre de 2025, o Brasil registrou mais de 24,2 milhões de empresas ativas, considerando matrizes, filiais e MEIs. 

O cenário empresarial brasileiro está em constante evolução e, mesmo que o crescimento acelerado seja um bom sinal, também demonstra a necessidade de mudanças na identificação dessas empresas.

Para manter a regularidade nesse processo, a Receita Federal anunciou o uso de um novo instrumento de identificação: o CNPJ alfanumérico. Preparamos um guia completo para você conhecer todos os detalhes e se preparar para as mudanças previstas. Continue a leitura!

O que será o CNPJ Alfanumérico?

O CNPJ alfanumérico é uma iniciativa da Receita Federal, que visa modernizar o sistema de registro de pessoas jurídicas e garantir a continuidade da abertura de novas empresas no país.

Ele é um novo modelo proposto para o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), que passará a incorporar letras em sua composição, além dos números já utilizados. A iniciativa será válida para a abertura de novas empresas, a partir de julho de 2026.

A ideação desta mudança foi publicada na Instrução Normativa RFB n.º 229, de 15 de outubro de 2025.

Assim, a estrutura de identificação de 14 caracteres será mantida, para garantir a familiaridade do formato, mas com alternância alfanumérica.

Por que o formato do CNPJ será alterado?

O principal motivo para esta mudança é a iminente escassez de combinações numéricas, proposta no modelo de estruturação atual. 

Ao anunciar a mudança, a Receita Federal afirma que ela é necessária, pois o formato atual está próximo de acabar suas combinações

Isso está acontecendo muito por conta do crescimento econômico e da facilidade de  abertura de empresas no formato de Microempreendedor Individual (MEI)

Continue a leitura: como abrir um MEI?

Portanto, com o esgotamento das combinações numéricas disponíveis, a inclusão de letras expande exponencialmente a quantidade de CNPJs únicos possíveis, assegurando a capacidade de registro de novos negócios por muitas décadas.

Como ficará a apresentação do CNPJ a partir de julho de 2026?

A principal alteração está na composição dos primeiros doze dígitos. Com a nova regra, tanto a raiz do CNPJ (os oito primeiros dígitos) quanto o número de ordem do estabelecimento (os quatro dígitos seguintes) poderão ser compostos por uma combinação de letras e números. 

Os dois últimos dígitos, que funcionam como os dígitos verificadores, permanecerão exclusivamente numéricos.

Então, a nova estrutura será assim:

  • 8 primeiros dígitos (raiz do CNPJ): poderá ser composto por letras e números;
  • 4 dígitos seguintes (identificação da empresa): também poderá ser composto por letras e números;
  • 2 últimos dígitos (verificadores): exclusivamente números.
Diferença entre o CNPJ numérico e CNPJ alfanumérico.

Como será calculado o dígito verificador do formato CNPJ alfanumérico?

De acordo com a Receita Federal, o novo CNPJ alfanumérico continuará utilizando o algoritmo módulo 11 para calcular seus dois dígitos verificadores (DV), os números que validam a autenticidade do cadastro.

Como o cálculo é numérico, as letras precisarão ser convertidas em números antes da aplicação do método. 

Essa conversão segue o padrão ASCII (American Standard Code for Information Interchange), em inglês, ou Código Padrão Americano para Intercâmbio de Informações, na tradução literal), um sistema internacional que associa cada caractere (letra, número ou símbolo) a um valor decimal.

Em termos práticos, o método é simples:

  • Cada letra é transformada em um número conforme a tabela ASCII;
  • Em seguida, subtrai-se 48 desse valor para obter o número usado no cálculo;
  • Os dígitos de 0 a 9 continuam equivalendo ao seu próprio valor.

Veja a tabela:

Tabela do CNPJ alfanumérico.

Exemplo prático do cálculo do dígito verificador no CNPJ alfanumérico

Considere um CNPJ alfanumérico fictício: AB12C34D0001-xx. As 12 primeiras posições (AB12C34D0001) formam a base, e os dois últimos dígitos (xx) são os verificadores que vamos calcular.

O passo a passo segue da seguinte forma:

  • Para a conversão, considere: A=17, B=18, 1, 2, C=19, 3, 4, D=20, 0, 0, 0, 1
  • Aplique o peso do módulo 11, com a sequência de pesos determinada pela Receita Federal: a ordem, de trás para frente, é 5, 4, 3, 2, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2
  • Some os resultados e aplique o módulo 11: a soma da sequência é 341. Divida o valor por 11, e obtenha o resto 0. Como o resto é menor que 2, o DV1 = 0.
  • Repita o cálculo para o segundo dígito: para calcular o segundo dígito verificador, inclua o DV1 na sequência e aplique novamente o módulo 11, agora com novos pesos (determinados pela RFB). O resultado é DV2 = 6.

Após esse processo, identifica-se que os dígitos verificadores seriam 0 e 6. Desta maneira, CNPJ alfanumérico deste exemplo seria AB12C34D0001-06.

Veja o manual completo da Receita Federal sobe o cálculo do DV no CNPJ alfanumérico.

Quem será impactado pela mudança para o CNPJ alfanumérico?

Uma das principais dúvidas sobre o novo CNPJ é quem precisará se adaptar. A resposta, porém, é simples: a mudança se aplicará somente para novas empresas, independente do tipo a ser aberto.

Empresas que já possuem CNPJ ativos, compostos somente por números, não precisarão se adaptar às mudanças propostas pela Receita Federal.

A transição será progressiva e o novo formato será implementado somente para empresas que se formalizem a partir de julho de 2026.

É importante ressaltar, porém, que essa determinação também se aplica à abertura de filiais. 

Empresas com CNPJ numérico que abrirem novas filiais após a data de implementação poderão receber um número de ordem do estabelecimento (os quatro dígitos após a barra) no formato alfanumérico.

O processo de abertura de um CNPJ vai mudar?

Não, o processo de inscrição atual do CNPJ não vai mudar. A ideia é apenas aprimorar o processo de cadastro das empresas, abrangendo um número ainda maior de aberturas no futuro. 

Os passos e requisitos para obtenção de um CNPJ seguem os mesmos, com todos os sistemas integrados e adaptados à RedeSim

Veja mais: como abrir um CNPJ?

Como se preparar para o CNPJ Alfanumérico?

Embora a mudança não afete diretamente os CNPJs já existentes, é fundamental que as empresas que desenvolvem ou utilizam sistemas de gestão, emissão de notas fiscais e processamento de pagamentos se adequarem.

A boa notícia é que, como a Receita Federal está conduzindo a transição gradualmente, as plataformas têm tempo para adaptarem seus os sistemas e validarem o novo formato.

A ideia que este processo de adequação seja simplificado com a documentação fornecida pela Receita, com a calibragem dos sistemas, para facilitar a identificação tanto numérica, quanto alfanumérica. 

Como o Asaas está se preparando?

Os clientes Asaas podem esperar, em breve, mudanças na plataforma para adequação às exigências da Receita Federal para os CNPJ alfanuméricos

A plataforma estará totalmente preparada para a transição, garantindo que todas as operações, desde a emissão de cobranças até a gestão de pagamentos, continuem funcionando de forma transparente e eficiente, independentemente do formato do CNPJ dos seus clientes ou fornecedores.

Assim, o Asaas suportará o cadastro de novas empresas, tanto pela conta digital, quanto pelo ERP gratuito disponível para os nossos clientes

Além disso, estará adequada para a emissão de notas fiscais e de cobranças com CNPJs numéricos e alfanuméricos. Todos os processos serão adequados com segurança e conformidade legal. 

Para aproveitar de todos os benefícios disponíveis no Asaas, abra a sua conta digital.

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Escrito por

Piero Contezini

Conheça Piero Contezini, Executive Chairman e co-fundador do Asaas, seu mentor e especialista na categoria Gestão Empresarial e Comercial. Com uma paixão pela programação que começou aos 12 anos, Piero é a força motriz por trás da inovação e do crescimento de uma das fintechs mais promissoras da América Latina. Graduado em Gestão Financeira pela Unisul e pós-graduado em Gestão de Produtos e Serviços pela FGV, junto com seu irmão Diego, fundou a Informant em 2008, a fábrica de software que deu origem ao Asaas. Essa plataforma de automação financeira revolucionou a forma como PMEs gerenciam suas finanças. O Asaas entraliza o envio de faturas, a automatiza a comunicação e a gestão de recebíveis, além de possibilitar pagamentos via Pix, boletos, cartões de crédito e débito, transferências, pagamento de contas, antecipação de recebíveis e emissão de notas fiscais. Piero é um visionário que entende a fundo os desafios das empresas. Ele se dedica a compartilhar seu conhecimento para reduzir o trabalho manual em tarefas administrativas e os índices de inadimplência, melhorando o fluxo de caixa dos clientes do Asaas. Sua expertise em gestão e tecnologia é um farol para empreendedores que buscam otimizar suas operações e alcançar a eficiência. No blog do Asaas, Piero Contezini oferece insights valiosos, demonstrando seu compromisso em auxiliar empresas a prosperar: "Minha jornada é sobre construir ferramentas que empoderam empreendedores, liberando-os das amarras burocráticas para que possam focar no que realmente importa: crescer." Confie na experiência de Piero Contezini para desbravar o mundo da gestão empresarial e comercial, e transforme a maneira como seu negócio opera e se relaciona com o mercado.

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