Gestão Financeira

11 dicas para colocar o consumo consciente de dinheiro em prática

Publicado em . Atualizado em
Por João Vitor Possamai . Tempo de leitura: 10 mins
Pessoa colocando moedas em um pote ao lado de pilhas de moedas, exemplificando o consumo consciente de dinheiro.

Em tempos de crises econômicas ou não, ter um consumo consciente de dinheiro é fundamental para assegurar uma boa saúde financeira.

Uma pesquisa realizada pela Ipsos revelou que 61% dos brasileiros não conseguem guardar dinheiro. Esses dados apontam para a falta de educação financeira em meio a cultura brasileira. Afinal, muitos foram condicionados a gastar, sem poupar.

Diante deste cenário, como ser consciente financeiramente? A resposta está na mudança de alguns hábitos prejudiciais. Continue acompanhando para descobrir quais são e como transformá-los para melhorar as suas finanças.

O que é consumo consciente de dinheiro?

O consumo consciente de dinheiro é a prática de saber gerir os recursos financeiros de maneira responsável e inteligente. Isso envolve várias atitudes e comportamentos que ajudam a garantir uma saúde financeira equilibrada e a evitar dívidas desnecessárias. 

Consumir conscientemente vai além da simples administração financeira. É um estilo de vida que envolve a gestão responsável e sustentável dos recursos. 

Vale ressaltar que ter um consumo consciente não significa passar por dificuldades, mas sim eliminar gastos dispensáveis. Além disso, é importante entender que é uma prática que deve ser adotada por todos os indivíduos, independente do poder aquisitivo. 

Mudanças de hábitos como essa não ocorrem da noite para o dia, é preciso persistência até que se torne comum em sua vida.

Qual a diferença entre consumo e consumismo?

Quando falamos de consumo consciente, é fundamental entender a diferença entre os conceitos de consumo e consumismo.

A diferença entre consumo e consumismo está na maneira como os recursos são utilizados e nas motivações por trás de cada um. Enquanto o consumo é uma prática essencial e equilibrada, o consumismo é excessivo e muitas vezes impulsivo.

O consumo refere-se ao ato de adquirir e utilizar bens e serviços para atender às necessidades básicas e garantir o conforto: alimentação, moradia, vestuário e transporte. É uma parte natural e necessária da vida cotidiana.

Quando feito de maneira consciente, leva em consideração a utilidade e o valor dos produtos adquiridos, além de seus impactos econômicos, sociais e ambientais.

Já o consumismo, por outro lado, é um comportamento de compra excessiva e descontrolada, impulsionado mais pelo desejo de possuir do que pela necessidade real. 

Ele pode levar a endividamento, desperdício de recursos e impactos negativos no meio ambiente, além de contribuir para uma cultura de insatisfação constante.

Imagem mostra a diferença entre consumo e consumismo.

Qual a importância do consumo consciente do dinheiro?

Além de garantir uma boa saúde financeira e evitar dívidas desnecessárias, o consumo consciente de dinheiro permite a criação de um orçamento detalhado e a formação de uma reserva financeira. Essa ação proporciona segurança em situações imprevistas. 

Fora esses benefícios, também incentiva a educação financeira, que capacita indivíduos a tomarem decisões mais assertivas no âmbito das finanças. 

No geral, o consumo consciente melhora a qualidade de vida, aumenta a satisfação pessoal e contribui para uma sociedade mais balanceada.

Como consumir de forma consciente? 10 dicas de consumo consciente de dinheiro

Agora que você já sabe como a importância do consumo consciente de dinheiro, veja como colocá-lo em prática com as 10 dicas abaixo:

1. Entenda o seu estilo de vida e seu perfil de consumidor

Para consumir de forma consciente, o primeiro passo é entender seu estilo de vida e perfil de consumidor. Isso envolve analisar seus hábitos de compra, identificar suas necessidades e desejos, e reconhecer padrões de consumo que podem ser ajustados. 

Faça uma autoavaliação honesta de onde você gasta mais e o porquê. Este entendimento permite que você faça escolhas mais inteligentes, alinhando seus gastos aos seus valores e objetivos financeiros. 

Ao conhecer melhor seu perfil, você pode mudar a sua mentalidade para que ela se torne mais consciente na hora de consumir. Assim, é possível traçar ações estratégicas para direcionar seus recursos ao que realmente importa.

 2. Controle seus gastos e tenha um orçamento mensal

Manter um controle rigoroso dos gastos e ter um orçamento mensal é fundamental para o consumo consciente. Anote todas as suas receitas e despesas, categorizando cada gasto. 

Utilize aplicativos ou planilhas de controle financeiro para facilitar o monitoramento. Este controle permite que você veja exatamente onde seu dinheiro está indo e identifique áreas em que pode cortar custos desnecessários. 

O seu maior objetivo deve ser manter as receitas maiores que as despesas.

Além disso, um orçamento bem estruturado ajuda a garantir que você viva dentro de suas possibilidades, evitando o endividamento e promovendo uma gestão financeira saudável

Não esqueça de revisar seu orçamento regularmente para fazer ajustes conforme necessário.

3. Reavalie seus gastos fixos

Gastos fixos, como aluguel, serviços e assinaturas, podem representar uma grande parte do seu orçamento. Reavalie essas despesas regularmente para identificar oportunidades de economia. 

Por exemplo, considere mudar para um plano de telefone mais barato, negociar seu aluguel ou cancelar assinaturas de streaming que não utiliza. Essas são só algumas opções das inúmeras que você pode negociar.

Apesar de parecer pequenas mudanças, são ações que resultam em economias significativas a longo prazo. 

4. Evite dívidas desnecessárias

Antes de fazer qualquer compra a crédito, avalie se realmente precisa do produto e se pode pagar à vista. Dívidas de consumo, especialmente aquelas com altas taxas de juros, podem se acumular rapidamente, dificultando o pagamento e comprometendo seu orçamento. 

Em situações como essa, utilizar o crédito de forma responsável significa usar cartões de crédito e empréstimos, apenas quando necessário, e sempre com um plano claro de pagamento.

5. Pesquise os preços e compare ofertas antes de comprar

Pesquisar preços e comparar ofertas é uma prática essencial do consumo consciente. Antes de qualquer compra, invista tempo em verificar diferentes fornecedores e lojas, tanto online quanto físicas. 

Utilize aplicativos e sites de comparação de preços para encontrar as melhores ofertas. Esta prática não só ajuda a economizar dinheiro, mas também permite que você encontre produtos de melhor qualidade. 

Além disso, fique atento a promoções e descontos, mas certifique-se de que realmente precisa do item antes de comprá-lo, evitando decisões impulsivas.

6. Compre produtos duráveis

Produtos de qualidade, embora possam ter um custo inicial mais alto, tendem a durar mais e oferecem melhor performance a longo prazo. Isso reduz a necessidade de substituições frequentes e, consequentemente, diminui os gastos. 

Ao escolher produtos duráveis, você também contribui para a sustentabilidade, pois reduz o desperdício e o impacto ambiental associado à produção e descarte de itens de baixa qualidade. 

Invista em marcas conhecidas por sua durabilidade e se possível, faça manutenções regulares para prolongar a vida útil dos seus produtos.

7. Priorize suas necessidades financeiras

Ao distinguir necessidades e desejos, você pode tomar decisões de consumo mais inteligentes. O foco deve ser priorizar os gastos que atendem às suas necessidades básicas e objetivos financeiros.

Antes de realizar uma compra, pergunte-se se o item é realmente necessário ou se é apenas um desejo momentâneo. Esta prática ajuda a evitar gastos impulsivos e a focar seus recursos no que realmente importa. 

Criar uma lista de prioridades financeiras pode ser útil para manter o foco e garantir que seu dinheiro seja gasto de forma alinhada às suas metas.

8. Elimine desperdícios

Eliminar desperdícios é uma forma eficaz de economizar dinheiro e consumir de maneira consciente. Comece avaliando áreas comuns de desperdício, como alimentos, energia e água. 

Planeje suas compras de supermercado para evitar excesso de alimentos que acabam estragando. O ideal aqui é fazer uma lista antes de sair de casa e apenas comprar o que foi anotado.

Outra prática importante é reduzir o consumo de água e luz com práticas simples, como consertar vazamentos e tomar banhos mais curtos. Pequenas mudanças no dia a dia podem resultar em grandes economias, além de contribuir para a sustentabilidade.

9. Mude sua mentalidade e hábitos financeiros 

Se você não mudar seu mindset e hábitos, dificilmente irá conseguir praticar um consumo consciente. 

Para enfrentar esse desafio com êxito, estude sobre educação financeira e busque informações que vão te auxiliar a tomar decisões mais estratégicas. Dessa forma, você consegue avaliar e ajustar suas práticas atuais de consumo com outra mentalidade.

Cultivar hábitos financeiros saudáveis, como a poupança regular e a compra planejada, irá te proporcionar uma vida financeira mais satisfatória.

10. Estabeleça metas de poupança

Por fim, mas não menos importante, estabeleça metas de poupança para alcançar estabilidade financeira. 

Defina objetivos claros, como criar um fundo de emergência, economizar para uma compra significativa ou planejar a aposentadoria. Ter ações como essas planejadas te levará a um consumo mais inteligente.

Lembre-se de criar um plano de poupança com etapas específicas e prazos realistas. É importante também acompanhar seu progresso regularmente e ajustar suas metas ao longo do tempo.

11. Faça algumas perguntas a si mesmo no momento da compra

É importante fazer uma autoavaliação antes de qualquer compra. Perguntar a si mesmo algumas questões fundamentais pode te fazer tomar decisões mais certeiras.

Para isso, faça 4 perguntas antes de efetuar uma compra:

Perguntas que o consumidor deve fazer antes de comprar.

Eu quero?

Perguntar-se “Eu quero?” ajuda a diferenciar desejos e necessidades. 

Muitas vezes, somos impulsionados a querer comprar algo simplesmente porque o desejamos no momento, sem considerar sua real utilidade. É comum também ter grande influência das tendências e do marketing.

Contudo, avaliar o grau de desejo pode revelar se a compra é impulsiva ou se realmente acrescentará valor à sua vida. 

Eu preciso?

Necessidade é tudo o que é fundamental para o seu bem-estar e funcionamento diário. Fazer a si mesmo a pergunta “Eu preciso?” é crucial para determinar se a compra de um item é realmente o que você precisa no momento.

Se a resposta for não, considere adiar a compra ou buscar alternativas mais econômicas. Lembre-se: essa é uma etapa que é necessário refletir bem entre o que é essencial e supérfluo.

Eu posso?

Na maioria das vezes, a resposta aqui costuma ser “não”. Afinal, é comum querer dar um passo maior que a perna, como diz a expressão popular.

Aqui, o “Eu posso?” refere-se à capacidade financeira de fazer a compra sem comprometer seu orçamento ou acumular dívidas. Avalie seu orçamento atual e veja se há espaço para essa despesa. 

Considere também se você pode pagar à vista ou se terá que recorrer a crédito. Se a compra comprometer outras áreas essenciais do seu orçamento ou resultar em dívidas, é um sinal de que talvez não seja o momento certo para gastar.

Eu devo?

“Eu devo?” questiona a responsabilidade da compra. Considere se a aquisição está alinhada com seus valores e metas financeiras.

Pense nas implicações da compra, como por exemplo, se há uma necessidade mais urgente para o uso do dinheiro. Essa pergunta te faz pensar no futuro, na sua realidade e no valor do dinheiro ao longo do tempo.

Quer aprender mais sobre como economizar dinheiro de maneira eficaz? Descubra dicas práticas e estratégias para ajudar você a economizar e alcançar suas metas financeiras.

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Diretor Financeiro do Asaas. Formado em Finanças e Contabilidade pela New York University (NYU), possui mais de 10 anos de experiência no mercado financeiro. Atuava como diretor no CPP Investments, maior fundo de pensão canadense, com quase 500 bilhões de dólares sob gestão. Já teve passagem pelo Macquarie, em Nova York, e pelo HSBC, em São Paulo.

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